O geógrafo marxista David Harvey está no Brasil. Na entrevista que deu ao El País, fala da exclusão na cidade organizada pelo capital. E isso é mais uma demonstração de que a totalidade na História é recuperada em face da fragmentação e heterogeneidade pós-moderna que ilude a emancipação como uma forma renovada, complexa, da dinâmica histórica produzida pelo capitalismo. Por baixo de tudo, mercadoria, valor e capital. Essa capacidade de perceber o que importa, expressa em um ponto, dentre tantos, que poderiam ser destacados na entrevista:
A Baltimore de 68, quando da morte de Martin Luther King, e a de agora, após a morte de Freddie Gray pela polícia.
Em 68, o capitalismo central experimentava a emergência dos direitos civis para descendentes da população escrava com o risco explosivo de reunir raça e classe. Por isso, o Panteras Negras foi abatido. King, também, embora mais insidioso, pela via religiosa o que a longo prazo é igualmente perturbador para a segregação.
O capitalismo hoje militariza o combate aos movimentos sociais. Todos são 11 de setembro disfarçados: “essa mentalidade antiterrorista de que todos que não estão agindo em conformidade com o sistema são potencialmente terroristas.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário