Não tivemos campanha eleitoral. Tudo resumiu-se a um plebiscito sobre a volta ou não do Lulismo. Doze anos no poder de uma democracia representativa traz sempre um desgaste. E a conciliação, que integrara rentismo e inclusão, precisava garantir-se, buscar fontes que financiassem a continuidade quando não percebeu que alguma coisa havia mudado, com junho de 2013 uma espécie de esfinge. O Lulismo começa a ser devorado. O naco mais forte, arrancando carne e um pedaço do fígado, veio com a Lava-jato.
A grande façanha, porém, foi o teste das ruas feito pela direita "verde-amarela". Poderia usá-las, a mobilização em rede. O ressentimento popular necessita muito pouco, sua satisfação não faz grandes exigências. O sucesso de personagens autoritários encontra, assim, um caminho rápido, percorrido com respostas simples para problemas complexos. A mesa do gabinete presidencial vem do botequim onde pouco antes, para um pingado e pão na chapa, o personagem discutiu, debateu e resolveu o Brasil em seis minutos. Força, nostalgia, epifania.
SRN