quarta-feira, 29 de junho de 2011

Angelim Tem Crédito

Por Máximo



Angelim tentou limpar, é o tal negócio, a idade, o cara foi mais rápido. Paciência. Angelim, por tudo o que é, já fez, sobretudo pelo Hexa. O açougue e o botequim sempre à disposição. 

Estava fácil jogar no meio, com espaço entre a linha da grande área e a intermediária do América. Gaúcho conseguiu brincar. Valeu também pelo gringo que achou o Gaúcho que tocou com categoria, o jogo de corpo matando o goleiro.

3 x 2.

Tá tranquilo.

SRN

sábado, 25 de junho de 2011

“É o novo ground”: o Clube de Regatas do Flamengo

Reproduzo mais uma do excelente Rio, Cidade Sportiva.

 

  “É o novo ground”: o Clube de Regatas do Flamengo / www.cidadesportiva.wordpress.com



Em nosso último post, apresentamos uma foto do campo do Paysandu Cricket Club, localizado nas Laranjeiras, na ocasião ocupado pelo Clube de Regatas do Flamengo, que por lá realizava seus jogos de futebol. Independentemente das preferências clubísticas, é essa uma das mais importantes agremiações da cidade.
Não passou despercebida a importância do clube a João do Rio, um dos literatos que melhor expressou o conjunto de mudanças que marcou o Rio de Janeiro na transição dos séculos XIX e XX. Em sua crônica A hora do football, publicada no livro Pall-Mall Rio, o inverno carioca de 1916 (lançado em 1917), o escritor observa a redução das resistências para com os esportes, que progressivamente tornavam-se uma prática valorizada pelos “modernos”:
“Fazer sport há vinte anos ainda era para o Rio uma extravagância. As mães punham as mãos na cabeça, quando um dos meninos arranjava um altere. Estava perdido. Rapaz sem um pince-nez, sem discutir literatura dos outros, sem cursar as academias – era um homem estragado. E o Club de Regatas do Flamengo foi o núcleo de onde irradiou a avassaladora paixão pelos sports”.
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João do Rio
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Na visão de João do Rio, “O Club de Regatas do Flamengo tem, há vinte anos pelo menos, uma dívida a cobrar dos cariocas. Dali partiu a formação das novas gerações, a glorificação do exercício físico para a saúde do corpo e a saúde da alma”. Fundado como Grupo de Regatas, em 1895, seus associados eram principalmente jovens pertencentes aos setores urbanos das elites, entusiastas e praticantes do remo, habituées dos banhos de mar.
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Segunda sede do Flamengo, construída em 1920, no mesmo local onde fora fundado o Grupo de Regatas. Disponível em: http://fotolog.terra.com.br/luizd:990
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Conta Mário Filho, de forma romanceada, que por ocasião da criação do Flamengo, observando o entusiasmo dos jovens envolvidos, o padre Nattuzi procurou o Dr. Lourenço Cunha, pai de José Agostinho (um dos fundadores), lhe perguntando se não ficava preocupado com tamanho interesse, pois a fama das regatas “não era lá das melhores”. Cunha teria respondido que acreditava no esporte como uma escola de formação e disciplina, uma prática saudável, por isso não se importava.
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José Agostinho. Disponível em: http://www.flamengo.com.br/flapedia/Jos%C3%A9_Agostinho_Pereira_da_Cunha
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O fato é que depois de superada certa sensação de estranhamento ou desprezo por parte da população local, a sede do Flamengo, localizada na Praia do Flamengo, 22 (hoje número 66), tornou-se um centro de encontros, um local muito procurado por um setor da juventude que adotava novos parâmetros de sociabilidade e de exposição corporal: “Rapazes discutiam muque em toda parte. Pela cidade, jovens, outrora raquíticos e balofos, ostentavam largos peitorais e a cinta fina e a perna nervosa e a musculatura herculana dos braços. Era o delírio do rowing, era a paixão dos sports” (João do Rio).
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A segunda sede foi destruída em 1979. No local hoje se encontra um prédio de escritórios. Foto disponível em: http://fotolog.terra.com.br/luizd:896
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A praia do Flamengo, na verdade, transformou-se num dos lugares mais fashions da cidade. O Hotel Central, um dos primeiros balneários da cidade, oferecia boas condições para os que desejavam com conforto se deliciar com os banhos de mar (futuramente dedicaremos a esse hotel um post). Regatas eram disputadas nas águas da Baía de Guanabara.
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Regata na Praia do Flamengo, em frente à sede do Clube, década de 1920. Disponível em http://fotolog.terra.com.br/nder:1557
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Devemos também lembrar que o clube estava muito próximo do Palácio do Catete, chegando a compartilhar com a Presidência da República o cais que se localizava em frente à propriedade (podemos vê-lo na imagem abaixo).
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Detalhe de um postal da década de 1910, disponível no fotolog “Foi um Rio que Passou”, de André Decourt: http://www.rioquepassou.com.br/2004/03/21/1590/
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O futebol só entra na história do Clube em 1911, com a chegada de um grupo de jogadores dissidentes do Fluminense. Os primeiros treinos foram realizados em um campo aberto localizado na Glória, nas redondezas da sede.
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Campo onde o primeiro time de futebol do Flamengo treinava. Glória, 1911. Ao fundo o centro da cidade bastante iluminado. Acervo de Francisco Patrício. Disponível em http://www.rioquepassou.com.br/2005/12/20/gloria-e-centro-15-de-novembro-de-1911/
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Poucos anos depois a equipe de futebol passou a realizar seus jogos no antigo campo do Paysandu. A acreditar em João do Rio, foi uma festa a primeira partida do clube nessas dependências:
“O campo do Flamengo é enorme. Da arquibancada eu via o outro lado, o das gerais, apinhado de gente, a gritar, a mover-se, a sacudir os chapéus. Essa gente subia para a esquerda, pedreira acima, enegrecendo a rocha viva. Embaixo a mesma massa compacta. E a arquibancada, o lugar dos patrícios no circo romano era uma colossal, formidável corbelha de belezas vivas, de meninas que pareciam querer atirar-se e gritavam o nome dos jogadores, de senhoras pálidas de entusiasmo, entre cavalheiros como tontos de perfume e também de entusiasmo”.
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Primeiro time de futebol do Flamengo. Em pé: Lawrence, Amarante, Píndaro, Baena, Nery e Gallo. Sentados: Curiol, Arnaldo, Zé Pedro, Miguel e Borgerth. Disponível em http://www.maisfla.com/noticias/do-inicio-do-futebol-ao-fim-do-amadorismo/
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A despeito da importância de sua ligação com o esporte náutico, o Flamengo entraria mesmo para a história pela popularidade que angariaria no futebol.
Tinha mesma razão o grande João do Rio: “Não! Há de fato uma coisa séria para o carioca: o football!”.
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Na década de 1930, o Flamengo começa a se transferir para a Gávea, onde construiria um estádio e a atual sede. Na década de 1950, contudo, construiu uma sede no Morro da Viúva. Esse prédio, que hoje se encontra em condições não totalmente adequadas de preservação, está sendo negociado com o mega-empresário Eike Batista para ser transformado em um hotel de luxo.
Será que ele vai comprar a cidade toda?
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Não foi exatamente a minha preferência clubística que me levou a preparar esse post (inclusive futuramente serão dedicados posts a outros importantes clubes da cidade). De qualquer forma, a minha relação com o Flamengo é algo que marca profundamente minha memória e minha história. Já escrevi algumas coisas sobre isso, disponíveis no blog A Lenda, do amigo Rafael Fortes, e no sítio do Sport, laboratório que coordeno.
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Na Varanda do Sábado

DUNGA E A GLOBO

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A Curva nos Olhos da Vila

Por Máximo

Este é um texto que achei no cruzamento da Negrão de Lima com a Teodoro da Silva, quando voltava da UERJ. Chamou-me a atenção pelo envelope Rubro-Negro e quem o escreveu deve ter finalmente compreendido a felicidade enquanto possível.

SRN 


"Em algumas ruas de Vila Isabel não deveríamos usar os pés. Talvez porque os olhos se revelam distraídos. Os ouvidos, é provável. Vila Isabel, por outra, é também tátil. Le Corbusier, segundo os antigos, havia rascunhado no botequim onde hoje é o Petisco o primeiro croqui do que depois seria o prédio do Ministério da Educação, hoje Palácio Gustavo Capanema.

Vila Isabel nisso possui particularidades de uma história mais ou menos na linha do que queria Bloch. Dispusemos aqui de uma cronologia absolutamente inútil e o que sentiu Le Corbusier é razoavelmente bem percebido. Corbusier escreveu, naquele tal botequim, antes de pegar o 433 pra Copacabana, que "Niemeyer possuía nos olhos as montanhas do Rio". Ao que Niemeyer, Grande Rubro-Negro, a fim de deixar tudo bem claro, resolveu dizer que, de fato, usava curvas, a arquitetura moderna era feminina, cheia das curvas que ele vira na negra na praia e resolvera aplicar no seu vocabulário plástico da curva maviosa, sensual.

Vila isabel é, ao mesmo tempo, a contradição, o anti-panegírico, como Noel Rosa, a quem desgostaria o circo armado em sua homeagem pelo centenário transcorrido no ano passado. É que aqui também se produzem obviedades. Alguns tipos encontráveis a cada minuto e esquina do Rio. Algumas morenas, morenas escritas assim, morenas, que não rechaçam o eufemismo numa espécie de desculpa para o racismo inconsciente. Morenas desse tipo são encontráveis em todos os bairros. A surpresa, entretanto, está quando se cruza algumas ruas do bairro e o que se ouve, como resposta, à semelhança das letras de música em sua calçada da 28, é:

"Morena, não. Eu sou negra."

Consta que Le Corbusier saiu sem pagar a conta. Nada mais justo.

"Morena, não. Eu sou negra."

Experimente andar distraído pela 28 e irá voltar a querer mais da vida do que o suficiente.

Há no encantamento produzido uma curva linda, maviosa, sinuosa, de uma exuberância que transborda intuição que o dia em que calçar-se em erudição além do suficiente, tal qual as ruas de pedras musicais da 28, certamente não caberá em ruas estreitas nem de transição que ligam, por exemplo, à Tijuca.

"Celacanto provoca maremoto."

Quem não se lembra da frase, escrita como um presságio, nos muros da cidade ao longo da década de 70?

Pois é isto

Alguns encantamentos não suportam o aperto da realidade mesquinha.

Cristalizá-las significa o cárcere, sem sequer o talento de um Graciliano para imortalizá-las."

sábado, 11 de junho de 2011

E.C. Maxwell, no "Quadrado da Urca"

Por Máximo

Gigante, Zé Ricardo, Flávio, Antônio Máximo e Joãozinho.

Com exceção do primeiro, os nomes seguintes são completos desconhecidos. Talvez menos Joãozinho, craque de bola, posteriormente pivô do Mont Sinai, ali na Francisco Xavier, do Grajaú. Joãozinho chegou à seleção carioca de futebol de salão (hoje futsal), no início dos anos 80.

Quanto ao Gigante, meu irmão, nada mais nada menos do que o goleiro Zé Carlos, campeão brasileiro pelo Flamengo em 87, falecido no ano retrasado.

O time de futebol de salão acima foi campeão pelo E.C. Maxwell, em janeiro de 1975, num torneio em Maria da Graça, no próprio clube Maria da Graça.

É que velho tem dessas coisas, sobretudo quando vê num blog excelente, de professores da UFRJ, http://cidadesportiva.wordpress.com, uma foto com a sua memória de infância: a foto do Clube Maxwell, aqui perto, quase esquina com a Gonzaga Bastos.

Varandão da Saudade.

Foi mal.

SRN

O Quadrado da Urca/ 

http://cidadesportiva.wordpress.com11/06/2011
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Uma das mais valorizadas e mais antigas regiões do Rio de Janeiro guarda uma parte importante e curiosa da história esportiva da cidade: a Urca.
Naquela região, numa pequena praia entre o Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar, Estácio de Sá estabeleceu, em 1565, o primeiro núcleo populacional da cidade, em 1567 transferido para a região central, para o Morro do Castelo, por questões de defesa e necessidades de expansão.
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Morro do Castelo visto do Outeiro da Glória. Disponível em http://www.flickr.com/photos/11124678@N02/2042462343/
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É somente a partir da década de 1870 que surgem as primeiras iniciativas mais efetivas de na região construir um novo bairro. Por ocasião da Exposição Nacional de 1908, a localidade conheceu um certo progresso, com a instalação de um cais e uma ponte de acesso, como podemos ver na foto abaixo, do acervo de George Ermakoff, disponível no fotolog “Coisa Lúdica” (http://fotolog.terra.com.br/cartepostale:106).
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Na virada das décadas de 1910/1920, a Sociedade Anônima Empresa Urca deu forma ao bairro que hoje conhecemos. Foi nessa época que foi inaugurado o “Quadrado da Urca”, que existe até hoje, funcionando como uma pequena marina, como podemos ver nas fotos abaixo.
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Quadrado da Urca. Disponível em http://fotolog.terra.com.br/rafael_netto:16

Quadrado da Urca, à esquerda; Iate Clube, à direita. Disponível em: http://www.almacarioca.com.br/angemon/index.htm
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O que nem todos sabem é que o Quadrado fora previsto, no contrato de concessão para a construção do bairro, para ser uma piscina com toda infraestrutura necessária (inclusive arquibancadas) para abrigar as competições aquáticas dos Jogos Sul-Americanos organizados, junto com a Exposição Internacional de 1922, para comemorar o centenário da independência do país.
Como vimos em post anterior, as primeiras provas de natação da cidade foram disputadas nas águas da Baía de Guanabara, nas praias da região central. Isso tornava a prática muito suscetível às condições do mar e do tempo, o que contribuía para o forjar de uma representação heróica dos nadadores. Um dos exemplos foi Abrahão Saliture, um dos mais incríveis atletas brasileiros de todos os tempos.
Lembremos o que foi talvez uma dessas primeiras representações no país, encontrada em um dos grandes romances de nossa história: Dom Casmurro, de Machado de Assis.
- O mar amanhã está de desafiar a gente, disse-me a voz de Escobar, ao pé de mim.
- Você entra no mar amanhã? (Bentinho)
- Tenho entrado com mares maiores, muito maiores. Você não imagina o que é um bom mar em hora bravia. É preciso nadar bem, como eu, e ter estes pulmões disse ele batendo no peito, e estes braços; apalpa (Escobar).
Apalpei-lhe os braços, como se fossem os de Sancha. Custa-me esta confissão, mas não posso suprimi-la; era jarretar a verdade. Nem só os apalpei com essa idéia, mas ainda senti outra cousa, achei-os mais grossos e fortes que os meus, e tive-lhes inveja; acresce que sabiam nadar.
 
 

Nadadores. Disponível em http://osnijacodasilva.blogspot.com/2011_04_01_archive.html
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O surgimento das piscinas de um lado reduziu os “atos de heroísmo” por ocasião das provas de natação; de outro lado, contribuiu para a popularização da prática, tanto em função do aumento do afluxo de público quanto devido aos melhores resultados obtidos nas competições, que se tornaram cada vez mais emocionantes. Paulatinamente crescia também o número de praticantes (ver outro post sobre as aulas no Copacabana Palace).
O Quadrado da Urca foi a primeira piscina da cidade, ainda usando as águas da Baía de Guanabara. Vemos abaixo uma imagem dessa piscina por ocasião dos Jogos de 1922, com estrutura preparada para as provas de natação, plataforma de saltos e trave para os jogos de pólo aquático (foto publicada na Revista da Semana de 23 de Setembro de 1922, disponível no fotolog “Foi um Rio que Passou”, de André Decourt).
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Disponível em http://www.rioquepassou.com.br/2006/08/11/quadrado-piscina-da-urca-campeonato-nautico-sulamericano-1922/
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Essa piscina foi a principal da cidade até o surgimento da piscina do Clube de Regatas Guanabara, também construída aproveitando as águas da Baía…mas esse é assunto para outro post.
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Tive o prazer de ter sido professor de natação por dois anos, uma experiência incrível. Ministrava aulas na piscina do Esporte Clube Maxwell, uma pequena agremiação localizada no bairro de Vila Isabel.
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Fachada atual do E.C. Maxwell. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Esporte_Clube_Maxwell.JPG
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Ao procurar informações sobre esse clube, descobri que tem sido um dos destaques dos campeonatos de Futebol de Mesa (o nosso velho conhecido “jogo de botão”), em 2010 sagrando-se tetracampeão estadual na categoria “dadinho” (para mais informações, ver http://www.maxwellfutmesa.kit.net/).
Saudades dos velhos jogos de botão!
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Vista aérea do E.C. Maxwell
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No próximo post, o “novo ground da cidade”, o Clube de Regatas do Flamengo.
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quarta-feira, 8 de junho de 2011

RubroRubro-Negro

Por Máximo

Nunca me esqueço de um paulista, sempre cheio de vaticínios, quando da eleição de Beluzzo no porco:

"Beluzzo está para o futebol, assim como Obama para o mundo."

Aqui em Vila isabel os macumbeiros são de confiança, mas é o tal negócio: ao menos Beluzzo, como convém a um bom intelectual do modelo, concedeu à massa o reconhecimento de seus talentos "espontâneos". O presidente do porco disse o seguinte:

"Vanderlei é um gênio que veio das massas.O problema é que ele tem de respeitar competências."

Este é apenas um blog feito por desenhista rubro-negro que se meteu a fazer graduação depois de velho. Além disso, não consultei um camarada meu que é um excelente macumbeiro de confiança. Mas, com todas as bobagens que diz e faz, é uma maravilha ver Luxemburgo, do campo e do mundo da bola, assumir posições políticas. 

SRN



- Dá até para admitir que foi um ato de indisciplina, é complicado invadir o quartel. Mas a prisão dos bombeiros por tanto tempo é uma arbitrariedade do governo. A população reconhece o trabalho e a dedicação que essa categoria tem nas ruas e nas praias. Acho que as reivindicações são justas - declarou o técnico rubro-negro.
  

domingo, 5 de junho de 2011

Valeu Gringo

Do sítio oficial do Flamengo, www.flamengo.com.br


Petkovic deu o tri estadual ao Fla sobre o VascoPetkovic deu o tri estadual ao Fla sobre o Vasco
O novo século começou bem para o Mengão. Logo no ano de 2001, o time rubro-negro conquistou o tricampeonato estadual de futebol, além da Copa dos Campeões daquele ano. Aliás, até a conquista do hexacampeonato nacional e do pentatri, neste ano de 2009, 2001 estava gravado na memória dos torcedores rubro-negros como o melhor dos últimos anos do clube. Isso tudo graças a um gringo, com um nome de pronúncia complicada, mas que rapidamente caiu na boca do Brasil.

Pétkovic, Petkóvic... O jeito de falar seu nome era o que menos importava. O que valia era que o talento dentro de campo estava fazendo com que o sérvio se tornasse assunto nas rodas de bate-papo sobre futebol. Também, não era para menos. Considerado uma das maiores promessas do futebol europeu e com passagem até pelo Real Madrid, Pet chegou à Gávea em 2000 cercado de expectativas, às quais já havia correspondido naquele ano, mas que viria a superar em 2001.

Apesar disso, o ano não começou nada bem para o futebol rubro-negro. No Rio-São Paulo, o Flamengo tem a pior campanha de todos os tempos. Já na Taça Guanabara, a equipe vai decidir o título contra o Fluminense e já mostra que aquele Campeonato Carioca não poderia ir parar nas mãos de outro clube senão o próprio Rubro-Negro. O jogo termina em 1x1 e vai para os pênaltis, onde ocorre um fato raro. Cássio faz sua cobrança, o goleiro fez uma difícil defesa, mas a bola ao quicar no chão, volta para dentro do gol. Resultado: Flamengo campeão da Taça Guanabara.

O Vasco da Gama conquista a Taça Rio e vai com o Flamengo o título de Campeão Carioca pelo terceiro ano consecutivo. E o final foi o mesmo de 1999 e 2000, Flamengo sendo Campeão, e o Vasco ficando com o Vice. Mas, o jogo mais marcante da década, não pode ser descrito apenas desta forma. A mística do grande clássico entrou em campo mais uma vez. No primeiro jogo, Petkovic abriu o placar para o Flamengo, mas os cruzmaltinos viraram o jogo, com Viola e Juninho Paulista. A torcida do time de São Januário, favorito ao título, comemorou muito a vitória. Mas, os rubro-negros não se deixaram abater. Mesmo com a desvantagem, comparecemram em maior número do que os rivais à finalíssima da competição, naquele inesquecível domingo em maio de 2001.

Um jogo digno de Flamengo e Vasco. Um jogo digno de final de Campeonato Carioca. Esta foi a decisão do Estadual do Rio de Janeiro do ano de 2001. Diante de mais de 60 mil pessoas no Maracanã, o Fla fez o impossível. Não tomou conhecimento do rival e de sua vantagem, e aplicou um 3x1 inesquecível, com dois gols de Edílson, artilheiro do campeonato, e um de falta do maestro Petkovic, imortalizado na história do Clube, aos 43 minutos do segundo tempo. Com grandes atuações do goleiro Júlio César e dos jogadores Edílson e Petkovic, o Fla bateu todos os prognósticos, e misturando raça, talento e sorte, conseguiu a vitória, no finalzinho do jogo, dando o quatro tricampeonato estadual do Clube de presente à Nação Rubro-Negra e ao emocionado técnico Zagallo, um dos heróis da conquista.

Após o título do tricampeonato carioca, o Flamengo vai a Maceió disputar a Copa dos Campeões. Com uma ótima campanha, o Flamengo vence a final contra o São Paulo, conquista o campeonato, e assegura a vaga para a disputa da Copa Libertadores 2002. Mas a vitória também não foi tão simples. Pelo contrário. A decisão foi em dois jogos emocionantes. No primeiro, vitória rubro-negra por 5 a 3. No segundo, derrota por 3 a 2. E, quem fez o segundo gol do Flamengo, e que acabou dando o título aos rubro-negros? Ele, Petkovic. Como? De falta. Muitos comentaristas chegaram a dizer que ele nunca repetiria o lance magistral da final do tricampeonato carioca. Ledo engano. Ele o fez, pouco tempo depois, dando mais um importante título ao Mengão.

O Flamengo ainda disputa a Copa Mercosul e o Campeonato Brasileiro simultaneamente. Pela Copa Mercosul faz uma ótima campanha, chega à final do torneio, mas acaba perdendo para o San Lorenzo, da Argentina. Mas no Campeonato Brasileiro vai muito mal, conseguindo evitar a queda para a segunda divisão por pouco. Apesar disso, o saldo de 2001 foi extremamente positivo, especialmente para o gringo Petkovic, que escreveu seu nome na história do clube.
 
 

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Rio, Cidade "Sportiva"

À parte o modo como quem queira ou tenha se constituído carioca, eis um blog que só pode ter veia Rubro-Negra: www.cidadesportiva.wordpress.com, do qual extraí a postagem abaixo. Excelente, vale a pena desvelar o Rio.

Obs: reparem na fotografia desbotada dos remadores amarelos. Mais do que a ação do tempo, já configurava uma antecipação da choradeira contemporânea vizinha ao Pinel.

SRN
Máximo

Braços fortes: o remo e a celebração da cidade moderna / www.cidadesportiva.wordpress.com

28/05/2011

O Rio de Janeiro é uma cidade reconhecida mundialmente pela beleza exuberante de sua natureza, de suas praias, lagoas e montanhas. Essa é uma de suas imagens mais difundidas: a Baía de Guanabara, o Corcovado e o Pão de Açúcar em plena harmonia.


Foi nesse cenário majestoso que uma das mais importantes práticas esportivas viveu seu auge: o remo.
As primeiras provas náuticas foram realizadas já na década de 1850. Além de esporádicas, as regatas ocorriam nas praias mais próximas da região central, entre as quais a Praia de Santa Luzia, assunto de outro post .
Na década final do século XIX, o esporte náutico já se tornara uma das principais diversões da cidade: muitos clubes já estavam organizados e as regatas, realizadas com maior frequência na Praia de Botafogo, mobilizavam grande público de todos os estratos sociais.
É nos primeiros anos do século XX que o remo será considerado como uma das estratégias para celebrar a cidade que estava em plena mudança. Um dos responsáveis por isso foi exatamente aquele que liderava o processo de reformas urbanas, Pereira Passos, prefeito plenipotenciário nomeado por Rodrigues Alves.


O remo vinha se configurando como um esporte que exaltava as noções de progresso, de saúde, de higiene, adotado pela burguesia urbana como um dos símbolos de um país moderno que desejava-se construir. O corpo e os gestos de seus praticantes simultaneamente assustavam e fascinavam uma população ainda não acostumada a esses modelos e a tal grau de exibição.


Remadores do Club de Regatas Botafogo no final do século XIX (disponível em http://wakko.com.br/furiajovem/index.php?option=com_content&view=article&id=57&Itemid=75)


Remadores do Club de Regatas Botafogo (1919) (disponível em http://www.redacaoalvinegra.com.br/4246/2009/08/21/historia-dos-escudos-do-botafogo/)
Passos, percebendo o quanto as regatas se adequavam simbólica e materialmente às reformas “civilizatórias” que implementava, passou a, de diversas formas, apoiar as agremiações náuticas.
Foi em 1905 que concedeu aos clubes de remo uma de suas solicitações mais antigas: no contexto da construção da Avenida Beira-Mar, a instalação de um espaço permanente para a realização das competições – o Pavilhão de Regatas, na Praia de Botafogo, na altura das ruas D. Carlota e São Clemente.
Na foto de Augusto da Malta (de 1906, disponível em http://fotolog.terra.com.br/luizd:935), vemos o Pavilhão em um dia de regatas. Dele (ou de barcos fundeados na Baia, que também podem ser vistos na imagem) assistiam às provas os sócios de clubes e/ou pessoas pertencentes à elite. Já o grosso da população, como podemos ver na imagem, se espalhava pela murada da Praia.

Mais do que servir somente às regatas, até mesmo por estar situado em um local com bela e aprazível vista, o Pavilhão rapidamente transformou-se em um centro de divertimentos para as elites. Construído em ferro, no estilo eclético, com coretos para duas bandas de música, duas arquibancadas no térreo, espaço para o buffet, já em 1906 estava dotado de luz elétrica (o que permitia que funcionasse até a madrugada) e inaugurara um bar com orquestra, uma casa de chá, além de oferecer excursões de barco pela Baía de Guanabara.
Vejamos um postal (ou foto colorizada) do Pavilhão (disponível no magnífico Saudades do Rio, de Luiz D’: http://fotolog.terra.com.br/luizd:2505).

A Praia de Botafogo foi um dos sítios mais sportivos da cidade. Certamente voltaremos a esse tema em muitos posts futuros.
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Uma curiosidade: como podemos ver nas fotos, a Praia de Botafogo não tinha areia. Isso se manteve durante muitos anos, até a década de 1960. Aliás, no lugar onde se situava o Pavilhão, hoje passam as pistas do aterro.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Barcelona: Eternamente Arte e Anti-Ditaduras






Copiado do blog O Planeta que Rola, em O Globo, www.oglobo.globo.com/blog/planetaquerola

Por Addan Caldas e Marcelo Alves 
 


Foi em Barcelona que o futebol sofreu um duro golpe, há quase 30 anos: a derrota do Brasil na Copa de 82, que deixou como legado a triste ideia de que jogo bonito não ganha título. Hoje a cidade que viu a queda do futebol-arte assiste ao seu renascimento pelos pés de Messi, Xavi e Iniesta. Há três anos o Barça vem nos provando que é possível, sim, encantar e vencer. O time de Pep Guardiola deixa uma verdadeira receita para quem quiser seguir seus passos: joga para frente (marcou 152 gols em 62 jogos); valoriza a base (dos 32 jogadores do elenco, 21 são formados no clube); domina as partidas (o time sempre tem mais posse de bola que os rivais); e marca sem ser violento (apenas três jogadores foram expulsos nesta temporada). Se a tragédia do Sarriá nivelou por baixo o futebol, a consagração do Barcelona pode dar início a uma nova ordem no mundo da bola.