sábado, 27 de fevereiro de 2016

Clio pancada

Com a Quarta Revolução Industrial, a da microinformática, intensifica-se o atual regime de historicidade definido por Hartog como presentismo, cujo marco localiza em 89, com a queda do muro. Segundo Hartog, tal Revolução só o reforça (“o tempo real do mercado é presentista, da ordem do microssegundo, como contínuo”), ampliadas as modalidades de mídia (TV fechada, internet, telefonia móvel), a cultura elevada a um grande objeto de consumo, volátil – é certo – pela própria dinâmica dessas novas condições midiáticas. E a História, como disciplina, se constitui numa grande fornecedora: modas “retrô”, memória de consumo.

Como fica, então, neste regime de historicidade em que o presente é a categoria dominante, o esforço por diluir o marxismo na descaracterização do sujeito histórico, da classe como móvel revolucionário? Tal diluição não perdeu força com a crise de 2008? Não vale retornar ao “pensamento marxiano”, à leitura direta do que Marx e Engels escreveram?


SRN


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Problemas do 18 Brumário com a HITP



O objeto é uma construção do historiador. Trata-se de uma operação intelectual feita com método historiográfico: problema, diacronia, crítica das fontes e argumento. Um método que não suprime nem o artesanato nem o presente do historiador ( afinal, é no tempo em que vive que o historiador formula o problema que irá investigar no passado).

Não há, portanto, nada que garanta que a distância no tempo seja um critério mais seguro para a construção do objeto. As paixões e os preconceitos podem permanecer (um exemplo, ainda hoje, é o confronto emocional entre UDN e o trabalhismo getulista). E os que defendem a História do Tempo Presente (HITP) a defendem justo sob o argumento de que trabalhar o objeto, no presente ou no passado, não faz diferença para o bom método historiográfico.

O problema começa.

Le Goff, que é um dos responsáveis pela inflexão que nos deu, entre outras, a própria HITP, discorda afirmando que não dá pra fazer história do presente, pois “não sabemos o que vai acontecer mais tarde.” Quer dizer que não bastam as características estabelecidas por Bédarida para defini-la: “testemunhos vivos”, “marco de ruptura” e “valorização do acontecimento”. Nem a “guinada subjetiva”, que retoma a vontade do indivíduo na feitura da História*. O objeto historiográfico não pode ser construído porque lhe falta o elemento fundamental da composição que é o “ponto de chegada”: “os historiadores devem partir daquilo que aconteceu para tentar compreender como e por que aconteceu. Para mim, partir do ponto de chegada é o que garante a seriedade do trabalho do historiador.” (LE GOFF)

SRN

*Sempre me pareceu um truísmo a importância do indivíduo, desde a Revolução Francesa tê-lo institucionalizado. E Marx sabia disso. Mas, sempre se disse também que o marxismo o havia suprimido e tal era a mudança com o fim deste paradigma, e não é o que se vê logo no início do “18 Brumário”:
“O homem pode mudar a história, mas à base das condições herdadas.”



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Economizar no PIBID é precarizar a formação de professores

Que este governo é burro não há dúvida. Agora há também alguns problemas de transtorno de personalidade. De um lado, tenta um controverso currículo nacional, numa suposta intenção de apontar algum sentido para o conteúdo da Educação Básica; do outro, não renova a bolsa de 45 mil bolsistas de licenciatura que atuam nas escolas públicas, sob a orientação de um docente, a fim de fortalecer a formação dos futuros professores e incentivá-los a lecionar no ensino básico. Isso é o Pibid da Capes. 
Era.
SRN?


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Ensino de História e a Base Nacional Curricular Comum / História

Há uma relação fundamental entre a BNCC de História e o problema da disciplina escolar e disciplina acadêmica proposto no texto da Professora Circe Bittencourt, “Ensino de História: fundamentos e métodos”, bibliografia do curso de Especialização em Ensino de História do Pedro II.

Há uma forte crítica que circula que procura expor-lhe o caráter produtivista e de controle. Ao professor de História do ensino básico caberia apenas desenvolver o melhor meio de adequar conteúdos produzidos em outros lugares ao ambiente escolar. Isso diz respeito direto ao antagonismo do texto de Circe que é justo a disciplina escolar como “transposição didática” (Yves Chevallard), em que o professor de História é mero transmissor de conteúdo, uma espécie de aedes aegypti da temporalidade histórica, e a disciplina escolar como entidade específica, inscrita na cultura escolar, na qual a seleção dos conteúdos escolares não decorre dos objetivos das ciências de referência, ou seja, o que é produzido na academia não tem caráter compulsório; exige crítica, é enriquecido, modificado, podendo mesmo ser recusado. Trata-se do “professor autor” e da “aula como texto” do professor Ilmar Rohloff, igualmente bibliografia do referido concurso.

SRN



domingo, 14 de fevereiro de 2016

Preocupado não pela derrota


Certo, é início de temporada, jogadores, como o Mancuello, chegando, mas o que me preocupou hoje foi a impotência do Murici de mudar a estratégia do time e reagir contra o controle que o Jorginho conseguiu no meio-campo do jogo. As variações que vi contra a Portuguesa hoje não existiram, e não vale o argumento de que era contra a Portuguesa, pois o Murici não foi contratado pra demonstrar competência tática contra a Portuguesa da Ilha.

SRN

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A Mangueira é o Flamengo no samba e merece o título


Mas, o Salgueiro enfrentou o saldo desse ano desgraçado que passou, com passeatas de nichos barulhentos reacionários, um presidencialismo que, antes de coalizão, está mais pra cooptação, malafaias, felicianos e um discurso de que "o contrato social da constituição de 88 não cabe mais no PIB".

Salve Tranca Rua!

Saudações Rubro-Negras a todos as Entidades