Vinha das leituras de Jorge Amado, me divertindo como adolescente, quando recebo, na porta de casa, o presente da minha tia: uma caixa da Record com a coleção completa de Graciliano Ramos, então, 13 livros, com o inédito Cartas, sua correspondência pessoal pela primeira vez reunida. 18 anos, dei de cara com Memórias do Cárcere. Uma porrada:
"Liberdade completa ninguém desfruta. Começamos oprimidos pela sintaxe e terminamos às voltas com a Delegacia de Ordem Política e Social."
Em Linhas Tortas:
"A palavra não foi feita pra luzir, brilhar feito ouro falso. A palavra foi feita pra dizer."
Numa reunião do Partidão em que um pernóstico insistia nas metáforas "farfalhantes":
"Farfalhar é o caralho!"
No Relógio do Hospital, um conto/crônica que pode ser usado hoje como síntese desse presentismo historiográfico:
"No tempo não havia horas."
Velho Graça.
Só errou quanto ao futebol. Disse que "não ia pegar".
Mas, o cara era só um grande escritor, o maior de todos.
SRN
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