quinta-feira, 27 de outubro de 2016

27/10/1892, nasce Graciliano Ramos

Vinha das leituras de Jorge Amado, me divertindo como adolescente, quando recebo, na porta de casa, o presente da minha tia: uma caixa da Record com a coleção completa de Graciliano Ramos, então, 13 livros, com o inédito Cartas, sua correspondência pessoal pela primeira vez reunida. 18 anos, dei de cara com Memórias do Cárcere. Uma porrada: 
"Liberdade completa ninguém desfruta. Começamos oprimidos pela sintaxe e terminamos às voltas com a Delegacia de Ordem Política e Social." 
Em Linhas Tortas:
"A palavra não foi feita pra luzir, brilhar feito ouro falso. A palavra foi feita pra dizer."
Numa reunião do Partidão em que um pernóstico insistia nas metáforas "farfalhantes":
"Farfalhar é o caralho!"
No Relógio do Hospital, um conto/crônica que pode ser usado hoje como síntese desse presentismo historiográfico:
"No tempo não havia horas."
Velho Graça. 
Só errou quanto ao futebol. Disse que "não ia pegar".
Mas, o cara era só um grande escritor, o maior de todos.
SRN





Nenhum comentário:

Postar um comentário