terça-feira, 23 de maio de 2017

"A esquerda de que a direita gosta"

Alcançar uma República, em nossa história já bem recheada de interpretações, do "patrimonialismo" ao "sentido da colonização", do "homem cordial" ao "populismo", à "colaboração de classes", à "tutela militar" e "dependência associada", (bastam tantas que já tenham sido atualizadas, agora, neste "presidencialismo de coalizão"), talvez dependa do amadurecimento das vísceras expostas que vivemos. 

Em qualquer apostila está escrito: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficácia, princípios fundamentais a reger o Estado Republicano. 

Vale destacar a cozinha deste cardápio, preparada nos pratos servidos pela grande imprensa. De um lado o Globo, menos farisaico na defesa das "reformas", do outro o "Estado de São Paulo", tão hipócrita quanto a plutocracia que representa e que confunde atraso com conservadorismo e não hesita em jogar no ralo quaisquer escrúpulos na manutenção do vasco do Alvorada por considerá-lo o condestável das "reformas". 

A propósito, Temer é fruto do "presidencialismo de coalizão" articulado a partir da "Carta aos Brasileiros". E o que mais me surpreende é como se pode achar que o que caiu com a Dilma tenha sido, de fato, um governo de esquerda. Brizola, um nacional-popular, no limite da radicalidade do espírito republicano, tinha razão quando dizia que certo tipo de esquerda era tudo do que a direita gostava.

SRN


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