Por Máximo
Andando pela VINTE OITO, passo em frente à quadra da Vila. E o carro de som:
"Depois da feijoada, o nosso enredo: a Vila Canta o Brasil."
Cantada barata. Lamentável. Lembrei-me da "Paixão de Cristo", indefectível, toda a Semana Santa no "poeirinha" onde hoje é um supermercado. Aquele antigo cinema aqui da Vila talvez não vacilasse, como apregoava Noel, sobre "quem nasce lá na Vila nem sequer vacila." Logo, a Vila. Mas, de resto, seria diferente a Vila?
A multinacional Monsanto patrocina o carnaval da escola. E o Brasil, rei das comoditties. Pelo menos nisso a Vila é útil, num arremedo do anti-panegírico que nos caracteriza, bem como a Noel, e nos faz lembrar da espécie de recidiva da antiga divisão internacional do trabalho colonial na qual, organizados para atender ao exterior, vivíamos de exportar primários.
Certo, carnaval é economia. Pode-se dizer então modalidade da indústria cultural? É cultura enredo ufanista e interesseiro pra pausterizar lucro de multinacional em claro conflito com interesse efetivamente popular? A crítica cultural, que não necessita demolir, mas analisar e compreender, ainda é possível no carnaval cada vez mais caro do sambódromo? Em poucas palavras: existe produto cultural crítico?
SRN
Cantada barata. Lamentável. Lembrei-me da "Paixão de Cristo", indefectível, toda a Semana Santa no "poeirinha" onde hoje é um supermercado. Aquele antigo cinema aqui da Vila talvez não vacilasse, como apregoava Noel, sobre "quem nasce lá na Vila nem sequer vacila." Logo, a Vila. Mas, de resto, seria diferente a Vila?
A multinacional Monsanto patrocina o carnaval da escola. E o Brasil, rei das comoditties. Pelo menos nisso a Vila é útil, num arremedo do anti-panegírico que nos caracteriza, bem como a Noel, e nos faz lembrar da espécie de recidiva da antiga divisão internacional do trabalho colonial na qual, organizados para atender ao exterior, vivíamos de exportar primários.
Certo, carnaval é economia. Pode-se dizer então modalidade da indústria cultural? É cultura enredo ufanista e interesseiro pra pausterizar lucro de multinacional em claro conflito com interesse efetivamente popular? A crítica cultural, que não necessita demolir, mas analisar e compreender, ainda é possível no carnaval cada vez mais caro do sambódromo? Em poucas palavras: existe produto cultural crítico?
SRN
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