A votação do morto-vivo Bolsonaro, aqui no Rio, demonstra a fragilidade do nosso dever de memória. Ao contrário da Argentina, a memória da ditadura brasileira, talvez pela anistia que persiste amnésia, tem se limitado à militância dos direitos humanos, das vítimas diretas do terrorismo de Estado, como se o resto da sociedade nada tivesse a ver com isso. A reparação individual, embora indispensável, não é suficiente. A historiografia tem discutido o dever de memória em sociedades de passado traumático. Transformar a memória da ditadura - censura, interdições, exclusão, prisões arbitrárias, tortura, banimento e morte - num imperativo moral ( e, pra isso, as redes sociais são indispensáveis) é, de fato, a moral adequada contra lobos idiotas, erros de revisão de Paulo Francis e viúvas civis da caserna.
SRN
Nenhum comentário:
Postar um comentário