quarta-feira, 16 de maio de 2012

A Despeito de um Rio tricolor, chuvoso e frio

Começa a valer hoje a lei de acesso à informação.

Confio na pá de cal na cultura do sigilo em que a circulação de informações era vista pelo Estado um risco à segurança nacional. Encerra resquícios de uma concepção de Estado beligerante, comumente regido por ditaduras. Foi o nosso caso: hierarquia e disciplina, pilares da estrutura militar, fazendo do espaço público um alvo militar, com todas as implicações estratégicas de guerra, "guerra doméstica".

Indispensável que a Nação Rubro-Negra demande, pressione, force o acesso.

Rubro-Negros temos de popularizar o Estado.

SRN
Máximo

Este Rio tricolor, frio e chuvoso,  exige isso:
um desenho feito com a mão direita.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Rubro-África

Não se pode falar da bola que rola com protagonismos de segunda. Resto do Rio.

A partir do Flamengo, decerto, tudo é possível, e este blog, se pretende alguma utilidade, é a de divulgar fontes, temas e textos relevantes. Um blog deve ser mesmo um meio de divulgação.

Como disse, em tempos de restos do Rio, vale a reprodução da entrevista com o Embaixador Alberto da Costa e Silva, publicada no número 1 da revista Juca, dos alunos do Instituto Rio Branco, futuros diplomatas.

O tema, dignamente Rubro-Negro, é a África.

SRN
Máximo




Revista Juca 01 / Entrevista com o embaixador Alberto da Costa e silva

Por Marcus Vinicius Marinho

Defensor do estudo da história africana como um dos pontos focais para a educação no Brasil, Costa e Silva afirma que tal aprendizado é essencial por estar extremamente ligado à realidade e à história brasileira. “Durante pelo menos duzentos anos , nossos meninos aprenderam tudo sobre Gengis Khan, Luís XIV, Pedro I da Rússia. Mas ninguém ouviu falar em determinadas figuras e acontecimentos históricos que tiveram grande influência sobre o brasil. Se você se esquecer disso, acaba deixando de entender pontos essenciais de nossa história”, afirma, enfatizando a função de construção e formação que o escravo vindo da África teve em nosso país, por exemplo, no caso da pecuária. O diplomata alerta, no entanto, sobre os riscos de apropriação da história africana por uma parte da população brasileira. “Não devemos transformar isso num gueto, precisamos utilizá-la para explicar o Brasil como um todo”.

Eis a íntegra da entrevista com Alberto da Costa e Silva, feita após a palestra do Embaixador no Centro Cultural Banco do Brasil, no dia 13 de fevereiro de 2007, em paralelo à exposição “Réplica e Rebeldia”, concedida pelo Instituto Camões de Lisboa.

“Há muitas Áfricas. O continente é vário, diversificado. A África é uma construção do espírito. Para entender, às vezes, o que é conflitante no continente, e até o que aconteceu aqui no Brasil, temos de ver essa multiplicidade".

Juca – Na palestra que fez em Brasília, o senhor disse considerar a teoria das nacionalidades um “micróbio” para o continente africano, uma espécie de “segundo colonialismo”. Por quê? Quais são as principais dificuldades resultantes do choque entre valores tradicionais africanos e os importados da Europa e, mais recentemente, da América do Norte para a síntese da modernidade africana?

A.C.S. – A teoria de que a cada nacionalidade deveria corresponder um Estado faz ainda grandes estragos na Europa, como vemos nos Bálcãs, e só não os faz mais porque países como a Grã-Bretanha e a França souberam resistir às pressões secessionistas e fragmentárias. Na África anterior ao colonialismo e ás influências intelectuais europeias, o comum era que os Estados, e não só os que cobriam grandes extensões e tinham populações numerosas, mas até mesmo muitos daqueles tidos por menores, compreendessem mais de um povo, mais de uma etnia, mais de um grupo com línguas, valores e costumes diferentes, que não só conviviam, mas se completavam. Dou um exemplo: o do reino de Segu, no chamado delta interior do rio Níger, no século XVIII. Ali havia bambaras, fulas, somonos, soninquês e mandingas. Todos cultivavam a terra e criavam gado miúdo, mas os bambaras se tinham por caçadores e guerreiros, os fulas, por pastores de bovinos, os somonos, por pescadores e canoeiros, os soninquês e mandingas, por comerciantes e plantadores extensivos de milhete. As elites intelectuais que comandaram os processos de independência africana trouxeram o micróbio da teoria das nacionalidades da Europa para a África, e, da grave infecção, que provocou tantos conflitos armados, esta ainda não se curou, embora para isso, de algum tempo para cá, comece a esforçar-se. Jovens e idealistas, os próceres da independência africana quiseram criar países conforme as teorias aprendidas dos europeus e impor os seus sonhos aos seus povos, sem maior apreço pelas estruturas sociais e pelos valores que haviam resistido ao impacto colonial. Eram homens do século XX, do meu século, em que tanto se acreditou, tanto na Europa quanto na Ásia e na América, que se podia voluntariamente refazer o mundo, com os resultados trágicos que testemunhei e o elenco de tiranos que vocês conhecem.



Juca – No entanto, ainda existem na África reinos monárquicos dentro de Estados cunhados à maneira europeia. Existe aí uma lição a ser aprendida por outros povos em tempos de “globalização”?

A.C.S. – Quando fui à Nigéria, em 1960, para as festas da independência, ainda vi reunidos em assembleia os chefes dos diferentes reinos, emirados e cidades-estado que os britânicos haviam amalgamado numa federação. Não sei se isso voltou a suceder, mas sei, pela experiência dos três anos que passei naquele país, que o oni ou rei de Ifé, o obá do Benim, o emir de Kano e os outros chefes tradicionais estavam mais próximos de sua gente do que os membros da Câmara dos deputados ou do Senado. O que, desde há muito, me pergunto é se, caso se houvesse criado uma espécie de câmara com esses chefes, que representavam os diferentes povos que compões a Nigéria, e a ela dado voz, o país teria vivido a tragédia que foi a guerra de Biafra.



Juca – O que dizer das relações Brasil – África em perspectiva? Como eram os tempos, por exemplo, de política externa independente, especialmente, no que se refere ao relacionamento do governo brasileiro com o continente africano? Quais eram as percepções dos nossos diplomatas, à época, a respeito dessa aproximação?

A.C.S. – O Brasil possui uma longa história de relações com a África. Quem quer que leia os Relatórios do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Império verificará, pelo número de páginas a eles dedicado, a importância que tinham estas relações em nossa política externa. O Império chegou a designar um encarregado de negócios em Freetown, na Libéria, em 1850, três anos, portanto, depois de se declarar aquele país uma república soberana, e mantinha na África uma boa rede consular, que não se desmanchou de todo, quando, no fim do século XIX, os europeus ali se impuseram como colonizadores e praticamente nos excluíram daquele continente. Já em 1918, contudo, substituíamos os consulados honorários no Cabo e em Dacar por repartições de carreira, para atender às necessidades da navegação marítima e, mais tarde, no caso de Dacar, do transporte aéreo. E, após a Segunda Guerra Mundial, abríamos uma legação em Pretória e outra em Adis-Abeba.

A partir da independência de Gana, em 1957, a África voltou à agenda da diplomacia brasileira. Naquele mesmo ano, tomaria o Brasil a iniciativa de propor, nas Nações Unidas, a criação da Comissão Econômica para a África, nos moldes da CEPAL. E a cooperação econômica nas áreas do café e do cacau começara a dar-se mesmo antes da série de independências africanas. Durante este período de estabelecimento de novos Estados soberanos, o Brasil foi dos primeiros a reconhecer todas as independências e esteve presente na maioria das cerimônias comemorativas. Em 1960, ainda no governo Kubitschek, o Brasil criou embaixadas em Dacar e Acra, e recebeu a primeira visita oficial de um Chefe de Estado africano, o imperador Hailé Selassié, da Etiópia. Não descurou, portanto, o Brasil da África, tão logo esta voltou a ser senhora de si própria. Mas, na vigência da política externa independente, que o meu querido amigo Afonso Arinos, filho do outro Afonso Arinos, que a pôs em prática, prefere chamar de diplomacia externa independente, foi dada uma grande ênfase às relações com a África, e o continente africano voltou a ser, para a opinião pública, uma realidade.

É difícil, para mim, dizer qual a percepção que tinham então os nossos diplomatas a respeito dessa reaproximação, porque estava na Europa. Sei que João Clemente Baena Soares, a quem substituí na Embaixada em Lisboa, tinha por ela enorme entusiasmo. Entusiasmo que já era meu, quando, em 1958 e 1959, me ocupava dos assuntos africanos no Departamento Econômico do Itamaraty. A Casa deu-me depois enormes oportunidades para começar a conhecer de fato a África. De Lisboa, onde estava lotado, mandou-me, em certos casos, mais de uma vez, à Etiópia, à Nigéria, ao Senegal, ao Togo, ao Daomé, à Costa do Marfim, aos Camarões e a Angola.

Com a renúncia de Jânio Quadros e a demorada crise política dela decorrente, a África perdeu por algum tempo relevância nas preocupações brasileiras, mas não se apagou de todo. Continuamos a reconhecer as novas independências africanas; recebemos, entusiasticamente, em setembro de 1964, a visita oficial de Léopold Sedar Senghor; enviamos missões comerciais aos países africanos; continuamos a nos entender intimamente com eles em matéria de café e de cacau; abrimos embaixadas em Abdijã e em Kinshasa; e, em 1966, comparecemos com importante delegação no I Festival de Artes Negras, em Dacar. O grande aprofundamento nas relações entre o Brasil e a África, de forma sistemática e continuada, teve, porém, início em 1971, com Mario Gibson Barboza – que devolveu à margem atlântica daquele continente a condição de fronteira leste do Brasil -, e se prolongou, por três sucessivas administrações, até por volta de 1985. Durante esse período, o Brasil figurou entre os principais parceiros, em quase todos os planos, de vários países africanos, nos quais era visível a presença de nossos produtos, de nossos investimentos, de nossa cooperação técnica, de nossa televisão, de nosso futebol e de nossos artistas. Veio, depois, uma espécie de refluxo, porque não soubemos nos adaptar à crise que se abateu sobre a maior parte da África e nos deixamos acabrunhar com as nossas próprias dificuldades.



Juca – Qual a sua percepção do momento atual das relações Brasil – África? Quais são os principais desafios contemporâneos para a política externa brasileira no continente africano?

A.C.S. – Perdoem-me, mas me deixem confessar, antes de tudo, o meu contentamento pessoal. Não trabalhei nem me gastei em vão. O Brasil retoma um interesse pela África do qual nunca me apartei. E os principais desafios serão os da perseverança, da constância, da resistência à tentação de uma política fenícia, de uma política de resultados imediatos, sobretudo na área econômica, e a compreensão de que as várias Áfricas – pois a África é um continente com múltiplas culturas -, até aquelas que mais se parecem com o Brasil, dele são, com quase que a mesma intensidade, diferentes. Há que chegar a cada um de seus países com humildade, de coração aberto e culturalmente bem armado, consciente, porém, de nossas responsabilidades como parceiro, porque o Brasil – o Brasil que hoje é extraordinariamente melhor do que o dos meus quinze anos de vida, a tal ponto que um teria dificuldade para se reconhecer no outro – é um país muito mais importante e tem um peso internacional muito maior do que julgam os nossos desânimos.a África é difícil, mas é inseparável de nossa vida como nação. E cobra de nós uma política mais do que de cooperação. O nosso maior desafio será de saber agir generosa e positivamente, sem esperar receber como resposta mais do que amizade. E compreender o que já devíamos saber de cor: nós, diplomatas, embora nos apressemos a solucionar os problemas de cada dia, trabalhamos sobretudo num outro tempo, e o nosso ritmo miúdo disfarça ou convive polifonicamente com um outro, largo, aquele que verdadeiramente importa e no qual se funda o que será o futuro.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

E o Futebol Pensa?

Outro dia mandei um e-mail pro Marildo, brilhante intelectual e professor-doutor da UFRJ, falando ser impossível ver, sem risco ao diabetes, quaisquer dos programas jornalísticos da tv. Quanto ao futebol, de resto, o coma é certo. Agora o confronto inventado entre Messi e Pelé. Nessas horas, manifesta-se o que há de pior no que a  crítica aponta  no fetiche da mercadoria representado pelo futebol. Perguntei, então, ao Marildo, se ele dispunha de um texto sobre o fetiche da mercadoria envolvendo o futebol. Gentil, como sempre, disse que é uma linha interessante a se desenvolver, que ainda não escreveu e enviou-me o texto que escrevera sobre o futebol há tempos.

SRN
Máximo




 E o futebol: dá o que pensar?

Por Marildo Menegat


Qual a necessidade do esporte organizado numa sociedade de massas?  Que tipo de organização social representam os esportes como o futebol? O futebol será eterno, ou tende a ter seu interesse diminuído com a mudança das estruturas sociais e mentais que o produziram? Estas já são algumas questões que possivelmente dariam grandes dores de cabeça a esse extenso clube da “paixão nacional”. Pensar o futebol para além do jogo e das tensões de um campeonato, será que isto mantém a “graça” daquela discussão interminável e sem razão que é fielmente reproduzida todos os dias nos bares e esquinas de nossas casas?

A origem do futebol na Inglaterra, na metade do século passado é bastante ligada às camadas populares. A nobreza e a burguesia monopolizavam os esportes que gozavam de um “certo espírito” de dignidade, isto é, que possuíam um reconhecimento social, com regras e locais definidos para a sua prática. Em geral estes esportes eram caros e inacessíveis para o povo. É neste contexto que o futebol, um tanto diferente do que atualmente se pratica, começa a ser jogado. Sua origem é literalmente a várzea, e suas regras no início bem indefinidas.

A partir da década de 70 do século XIX, as sociedades da Europa ocidental consolidam os seus modelos de organização e desenvolvimento industrial. Como decorrência deste tipo de sociedade, o mundo rural perde sua importância frente às cidades. São milhares de pessoas que a cada ano emigram para os centros urbanos. Elas trazem uma experiência de vida formada nas fronteiras de pequenos povoados, na labuta pesada da roça em que os símbolos diários de sua vida social são muito limitados. As necessidades do convívio social em meio às multidões de uma cidade são muito mais complexas. A ordem e disciplina no interior de uma fábrica ou escritório não são da mesma qualidade da chefia do sol num roçado.

O adiamento da satisfação é uma constante no mundo urbano moderno. A vida para o trabalho e seu estresse vão acumulando uma tensão que precisa de territórios civilizados para a sua manifestação. É aqui que a prática esportiva adquire importância. Ela mobiliza o excedente de energia social que não foi utilizado na produção ou foi reprimido pelas normas de organização da sociedade. Desde a torcida até o desportista, todos formam uma comunidade (ou clube?) em que o jogo será uma miniatura de uma guerra, e sem que se atinja de morte o adversário, se procurará vencê-lo o melhor possível. Enquanto este ritual for realizado dentro das regras dos jogos organizados, como o futebol, entre outros, a sociedade vai polindo os instintos mais selvagens e drenando a pulsão para processos criativos, mesmo quando estes representem a agressividade, não realizada de fato, de um jogo.

O futebol, por exemplo, no início de sua prática, não possuía regras bem definidas, e nem os onze jogadores de cada lado obedeciam a uma tática previamente acertada (esta é uma expressão militar que foi transplantada para a organização do jogo). Hoje em dia nem na mais simples pelada isso acontece! Quando foram elaboradas as primeiras regras internacionais do futebol dois grupos disputaram acirradamente duas alternativas de organização do jogo. Para um deles, o contato corpo a corpo (a falta) entre os adversários não deveria resultar em interrupção da jogada, uma vez que o futebol era um esporte viril, logo, para homens - e agressivos, poderíamos acrescentar. Nesta alternativa a sublimação, isto é, grosseiramente falando, a capacidade de fazer de conta, de criar uma representação para a guerra e sua agressividade e não fazer de cada jogo uma guerra, não é levada muito em conta.

O grupo da outra alternativa insistia em coibir o jogo violento. Para eles, que afinal, acabaram vencendo o debate, a prática de futebol deveria restringir-se às disputas duras, mas dentro de regras delimitadas que preservassem o adversário. O não cumprimento dessas regras deveria resultar no banimento do atleta infrator.

A evolução tática do futebol também obedeceu a um certo condicionamento às regras. Já que são onze em campo e o golpe de morte é o gol, é recomendável que se organizem da melhor forma possível para atingir este fim. Porém, o fato decisivo para o surgimento de concepções táticas (que querem dizer, em outras palavras, sem os eufemismos militares, a melhor forma de um grupo organizado se beneficiar das regras estabelecidas), foi a profissionalização do esporte.

Quando o futebol, no início do século XX, começa a se tornar uma paixão para milhares de pessoas, que passam a se associar a clubes e a acompanhar os primeiros campeonatos, toda uma infra-estrutura se formará às suas costas. No princípio, sem fins lucrativos, mas com o tempo, um dos mais rentosos espetáculos da terra! Quando ainda o que estava em jogo, numa partida de futebol, era a arte, a habilidade e a dignidade dos jogadores e torcedores do clube, toda ousadia tática era pouca, e o espetáculo ganhava em emoção com jogadas que somente os olhos de quem às viu poderão nos dizer. Agora, quando o que está em jogo é o lucro do patrocinador do clube, toda cautela (ou retranca?) é pouco e todo replay de jogada é bem vindo para ampliar a propaganda pendurada nas camisetas. Esta deve ser uma das razões para que o futebol arte (que nada mais era do que uma tática ousada, feita com arte e maestria) desaparecesse dos campos e produzisse uma das mais amplas mudanças de mentalidade desportiva.

Na era do rádio e das copas do mundo, principalmente depois da segunda metade desse século, o futebol atingiu um público incomensurável. As paixões passaram a ser cuidadosamente cultivadas pelos meios de comunicação e o futebol adquiriu um papel importante de identidade, não mais de pequena comunidade dentro de uma grande cidade, mas de um tipo especial de comunidade, a da grande torcida ligada ao clube pela fronteira das ondas do rádio. As copas fizeram isso com os países, e, em particular o Brasil, que construiu sobre este esporte toda uma representação da sua forma de ser. Como dizia Nelson Rodrigues, era “a pátria de chuteiras”. Com a televisão, nos anos 70 e 80 do nosso século, o caráter comercial de espetáculo, com todas suas implicações dentro e fora das quatro linhas do gramado, se intensificaram.

Uma forma interessante de observarmos isso é compararmos a diferença entre as quatro copas conquistadas pelo Brasil. Enquanto as três primeiras são o coroamento de uma certa ingenuidade tática, em que o talento e a arte de cada jogador sobrepunha-se à tática, na última copa, nos Estados Unidos, a tática afogou o talento e a arte. O futebol mudou, dirão. É verdade, temos de admitir. Porém, devemos nos perguntar, mudou para melhor? A mudança de mentalidade que acima nos referimos teve nas seleções de 90 e 94 o seu auge. Será que o espetáculo (?) deste escrete é mais belo do que os de 58, 62 e 70? E olhando agora para a torcida, o que nela mudou com essa mudança de mentalidade? A que necessidades sociais estas mudanças precisam dar conta?