sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Cores Complementares

Por Máximo

Meu colega de UERJ, Edson Leonel, escreveu ontem sobre o que ocorreu com o meio-campo do Cruzeiro, Tinga, alvo de racismo no Peru, em jogo da "Libertadores". Uma frase, com tanta força, que retornei algumas vezes para lê-la: "Na minha míope visão, aquela cartela de cores está muito próxima da minha pele negra." Resolvi republicar o texto na íntegra.
SRN


Por Edson Leonel
Hoje, para começar o dia vamos falar dessa doença que ainda existe no século XXI, RACISMO, só para mostrar para as pessoas que o racismo existe e está mais vivo do que imaginamos.
Sempre falo sobre racismo, um ou outro amigo sempre levanta a voz e fala que racismo é coisa da minha cabeça, que há negros com mania de perseguição, etc...
Então meus queridos o que dizer do exposto abaixo? E sabem de onde veio a demonstração NAZISTA? Dos nossos vizinhos do Peru. Pois é, de onde menos imaginamos, não é mesmo? Olhando as imagens, vi um estádio cheio de mestiços brincando de arianos. A minha pergunta é o que farão os orgãos Esportivos que tanto se metem nas políticas internas dos países? Que punição o time(?) do Peru sofrerá? Fico imaginando hoje, os torcedores peruanos se vendo na TV e olhando para dentro do campo. Na minha míope visão, aquela cartela de cores está muito próxima da minha pele negra.
Gigante para mim foi o TINGA que saindo do campo se mostrou superior aos torcedores, que não se enxergam como descendentes de índios e assumem a parte ruim dos colonizadores europeus.
Aos que dizem que racismo não existe, eu empresto a minha pele. Fique embaixo dela por um dia e depois venha discutir comigo.
Bom dia a todos!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

PPGHIS/UFRJ: "1964:50 Anos Depois"

Por Máximo

Uma maravilha ter conseguido a homologação de minha inscrição para o "1964:50 Anos Depois", do Programa de Pós-Graduação em História Social - UFRJ, cuja primeira aula será na semana que vem, 19 de fevereiro, com José Murilo de Carvalho, “1964: militares e civis contra a democracia”. 


SRN


"Reinventando o Otimismo"

Por Máximo




Lendo "Reinventando o Otimismo: Ditadura, Propaganda e imaginário Social no Brasil", do professor e historiador Carlos Fico, minha monografia de concluinte de história na UERJ parece que encontra o ajuste: na relação futebol e História Política, faltava a compreensão adequada do uso do sistema de representação, da importância da disputa dos bens simbólicos - de que o futebol, de resto, é uma expressão relevante - no controle do imaginário social. 

A predestinação à grandeza do Brasil é tão forte, no imaginário social, com implicações que remontam aos primórdios da colônia, que produzir imagens a respeito não é considerado propaganda, mas pedagogia, pois necessitamos ensinamento para nos darmos conta de tanta grandeza atávica. 

O Edson Arantes, se lesse o livro, talvez entendesse um pouco mais da função do mito Pelé.

SRN

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Zizinho

Por Máximo



Na luta encarniçada pelos bens símbólicos da copa, Zizinho, o Monstro que substitui Leônidas no Flamengo.

SRN

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Escola de Malandro

Por Máximo
Ismael Silva, do Estácio, em parceria com Noel, aqui da Vila.
SRN

ESCOLA DE MALANDRO
A escola do malandro
É fingir que sabe amar
Sem elas perceberem
Para não estrilar...
Fingindo é que se leva vantagem
Isso, sim, que é malandragem
(Quá, quá, quá, quá...)
[-Isso é conversa pra doutor?]
Oi, enquanto existir o samba
Não quero mais trabalhar
A comida vem do céu,
Jesus Cristo manda dar!
Tomo vinho, tomo leite,
Tomo a grana da mulher,
Tomo bonde e automóvel,
Só não tomo Itararé¹
(Mas...)
Oi, a nega me deu dinheiro
Pra comprar sapato branco,
A venda estava perto,
Comprei um par de tamanco.

Pois aconteceu comigo
Perfeitamente o contrário:
Ganhei foi muita pancada
E um diploma de otário.
(Mas...)
1. A famosa "batalha" que não houve entre forças do governo de Júlio Prestes e as que levariam à Revolução de 30, com Getúlio, e que, por isso, inspirou o epíteto de um dos maiores humoristas, também gaúcho como Getúlio, Aparício Torelly, o Barão de Itararé. A propósito: Graciliano conta, em "Memórias do Cárcere", que o Barão ficou aborrecido quando, na antiga cadeia da Frei Caneca, todos presos, por corolário de 35, o Monstro Sagrado Alagoano lhe disse, após ouvi-lo sobre o projeto de um grande livro: "Impossível. Você têm fôlego curto."