terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Escola de Malandro

Por Máximo
Ismael Silva, do Estácio, em parceria com Noel, aqui da Vila.
SRN

ESCOLA DE MALANDRO
A escola do malandro
É fingir que sabe amar
Sem elas perceberem
Para não estrilar...
Fingindo é que se leva vantagem
Isso, sim, que é malandragem
(Quá, quá, quá, quá...)
[-Isso é conversa pra doutor?]
Oi, enquanto existir o samba
Não quero mais trabalhar
A comida vem do céu,
Jesus Cristo manda dar!
Tomo vinho, tomo leite,
Tomo a grana da mulher,
Tomo bonde e automóvel,
Só não tomo Itararé¹
(Mas...)
Oi, a nega me deu dinheiro
Pra comprar sapato branco,
A venda estava perto,
Comprei um par de tamanco.

Pois aconteceu comigo
Perfeitamente o contrário:
Ganhei foi muita pancada
E um diploma de otário.
(Mas...)
1. A famosa "batalha" que não houve entre forças do governo de Júlio Prestes e as que levariam à Revolução de 30, com Getúlio, e que, por isso, inspirou o epíteto de um dos maiores humoristas, também gaúcho como Getúlio, Aparício Torelly, o Barão de Itararé. A propósito: Graciliano conta, em "Memórias do Cárcere", que o Barão ficou aborrecido quando, na antiga cadeia da Frei Caneca, todos presos, por corolário de 35, o Monstro Sagrado Alagoano lhe disse, após ouvi-lo sobre o projeto de um grande livro: "Impossível. Você têm fôlego curto."

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