terça-feira, 16 de setembro de 2014

Pedagogia do Obscurantismo

Por Máximo




Muito mais importante do que carimbos de SPC é a representação de intolerância que encarnam Garotinho e Crivella. Garotinho nem sequer tem isso. Seja como for, ambos coonestam, através do que não dizem, mas do que suas campanhas significam, os ataques aos terreiros de Candomblé e Umbanda. Independente de tudo que já se sabe historicamente da importância do Estado laico, são também de uma ignorância estética pavorosa. 

Fiz este desenho (embora tendo de estragá-lo com a figura que a acompanha), a partir de uma escultura do Benin, para lembrar da inflexão que a escultura africana promove nas artes plásticas do Ocidente. Não fosse pela forma aberta, a anatomia própria, nada clássica - fatores que encantaram Picasso e revolucionaram sua arte - não teríamos o Cubismo. Uma criança evangélica - cada vez em maior número nas escolas - diante de uma foto de escultura africana já, desde logo, a rejeita: "é coisa do diabo.". Isso é Garotinho. Isso é Crivella.

SRN

sábado, 6 de setembro de 2014

Valeu Flamengo

Por Máximo


Valeu Flamengo. Pouco importa o resultado contra o time que tem uma torcida do tipo que se conhece (e aí cabe a generalização), tipicamente treinada pelo treinero do pinochet.

SRN


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Flamengo 3 (além dos penaltis) x 0 Coritiba

Por Máximo


Por essas e outras, que é bem fácil entender o motivo pelo qual o Flamengo é Patrimônio Cultural Imaterial Carioca. Somos - plagiando Vinícius - um Estado de Espírito.


SRN


terça-feira, 2 de setembro de 2014

"A Ditadura nas representações Verbais e Visuais da Grande Imprensa:1964-1968", de Rodrigo Patto Sá Motta

Por Máximo

O historiador Rodrigo Patto de Sá Motta tem estudado charges, cartuns e caricaturas. E no artigo, cujo título está lá em cima, Patto demonstra como a representação visual, inscrita no campo da História do Tempo Presente, tem ainda mais acirrada sua natureza de instrumento na função política. Copiei abaixo um trecho do artigo, além das respectivas charges da época objeto de análise do autor, cuja leitura na íntegra vale a pena. O artigo está disponível na internet.

SRN




"O Estadão foi um dos primeiros jornais da grande imprensa “revolucionária” a criticar Castelo Branco. O tradicional diário considerou o presidente excessivamente moderado nos expurgos e equivocadamente inclinado à acomodação com lideranças do regime anterior. Não agradou ao jornal o fato de Castelo Branco apresentar medidas reformistas ao Congresso, como projetos de reforma agrária e de estabelecimento de voto para os analfabetos, iniciativas semelhantes às defendidas por Goulart.18 Entre abril de 1964 e o _nal de 1965, o OESP foi uma espécie de porta-voz da linha-dura. Além de exigir maior dureza contra os “comunistas e subversivos”, OESP contribuiu para a construção de outro inimigo do novo regime, a corrupção. O tema fazia parte do imaginário liberal desde os anos 1950, mas, nas representações veiculadas contra o governo Goulart, a corrupção foi tema secundário diante da proeminência do argumento anticomunista.19 Com o advento do novo regime começou a construção do tema dos dois inimigos da “revolução”, o par subversão e corrupção, com contribuição destacada do Estadão.20 

As charges de Hilde e Biganti acompanharam com fidelidade a linha editorial de OESP. Por vezes, eles se limitaram a ilustrar os textos, mas, em outros casos, foram mais criativos, elaborando artifícios visuais que ofereciam novas possibilidades para representar as posições do jornal. Na fase inicial, em que prevalecia a simpatia por Castelo Branco, Biganti adotou a metáfora do Castelo em sentido positivo, como símbolo da mudança de 1964. A fortaleza representava a solidez do novo poder e sua capacidade de preservar a ordem (_gura 6). Os chargistas do Estadão apoiaram os expurgos e as cassações com entusiasmo
ímpar, como se pode ver nas _guras 7 e 8. Dedetizadores (a empresa se chama “31 de março”) e navios (notem-se os símbolos nas bandeiras: a foice e martelo no barco afundado, a bandeira pirata no que estava sob ataque) serviram como metáforas para evocar a “operação limpeza” das instituições, assim como para mencionar o ataque ao comunismo e à corrupção. Essas charges ajudaram a construir as representações visuais dos inimigos a combater, agregando um tema novo, as ratazanas, bichos repelentes mobilizados para aludir à “sujeira” que se pretendia limpar (figura 9). No caso da figura 9, importante notar a representação da “Revolução” como uma senhora com ares de dona de casa, solução visual muito utilizada nas charges que tem relação com o gênero feminino da palavra revolução, mas também significa menção ao apoio de grupos femininos de direita ao Golpe. Na imagem, a senhora usara o porrete para abater a “serpente” comunista e se preparava para pegar outro bicho repelente, um rato, que representa a corrupção. Esta interpretação se sustenta na leitura de editorial anterior, que havia mencionado o combate à corrupção como o “segundo objetivo” do novo poder e, também, porque o rato configura metáfora tradicional para a ideia de sujeira e corrupção. Até o final da vigência do primeiro Ato Institucional, os chargistas do Estadão continuaram apoiando as medidas repressivas,como a proibição da UNE e a demissão de funcionários públicos, aí incluído o grupo de professores de medicina da USP expurgado em outubro de 1964 (_guras 10 e 11).21" (PATTO, p.9)

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A Famosa "Cadeira Mole"

Por Máximo




Um moleque desenhista de arquitetura de 18 anos em meio a feras da arquitetura no Projeto Ferro Carajás, na concepção de 10 Núcleos Urbanos no Pará. O escritório de arquitetura montado pela empresa paulista, Figueiredo Ferraz, ao final da praia de Botafogo. Anos 80, pela primeira vez ouvi falar de Sérgio Rodrigues, achava que havia feito alguma coisa pro projeto, consultoria, e acabo de checar com o grande arquiteto e artista plástico Mario Ferrer , responsável pelos projetos dos hospitais dos Núcleos, algumas informações e ele me retificou a memória dizendo que não:

"Ele fez alguns projetos de casas moduladas de madeira mas o forte eram os móveis, principalmente cadeiras."


SRN