terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sem Rancor



Por Pablo Faria

Para começar bem e para mantermos as boas, uma reflexão de Mãe Clementina:

Na hora da Sede

Na hora da sede
Você pensa em mim
Lá,laiá
Pois eu sou o seu copo d'água
Sou eu quem mato a sua sede
E dou alívio à sua mágoa
Na hora da sede você pensa em mim

Na hora da sede
Você pensa em mim
Lá,laiá
Pois eu sou o seu copo d'água
Sou eu quem mato a sua sede
E dou alívio à sua mágoa
É sempre assim
Você foge de mim
Eh, pra você eu só sirvo de água
Mas se a fonte secar você se acaba
Lá, laiá
Você vai, você vem
Você não me larga
Lá, laiá
Mas se a fonte secar você se acaba
Lá, laiá
Você vai, você vem
Você não me larga
Lá, laiá
Na hora da sede
Você pensa em mim
Lá,laiá
Pois eu sou o seu copo d'água
Sou eu quem mato a sua sede
E dou alívio à sua mágoa
Na hora da sede...
É sempre assim...

Clementina de Jesus

Felizmente, acabou! Vamos pensar daqui para frente? Sem brigas, sem remorsos, sabemos, bem lá no fundo, que tudo termina um dia. O fim é certo, interessa saber a forma: acho que vamos terminar felizes. Foram anos de companheirismo, amizade, amor, dedicação exclusiva do tipo de funcionário público, mas, sem ou com todas as explicações do mundo, degringolou. Tivemos ótimos momentos juntos, você era meu bálsamo nos momentos ruins e eu era seu bastião quando as coisas apertavam. Na verdade, era uma troca onde os pesos e as medidas eram iguais, portanto vamos fazer o seguinte: fiquemos ambos na memória e, ao fim e ao cabo, vida que segue. Combinado?
Dessa forma, adeus 2010, adeus Lomba, adeus Juan, adeus Leo Moura, adeus Angelim, adeus Renato Ex-Canhão da Gávea, adeus Kleberson, adeus Diogo, adeus Val Baiano. Porém, um desses adeus não é adeus, é desejo que fique para sempre no Flamengo, Maravilhoso e Mais Querido, para sempre. Caso não fique materialmente, ficará eternamente para todos aqueles que vestem com orgulho o vermelho e preto encarnado por tudo que fez e por jogar como homem sempre: adeus, Petkovic.

Stalingrado Rubro-Negro


Por Renato Lopes

Para o Clube de Regatas do Flamengo um ano para não se esquecer. Não pelas glórias, mas pelas inglórias. Não pelas marcas que deixamos, mas pelas marcas deixadas na Nação. Não pelas vitórias, mas pelas derrotas, dentro e fora de campo e nos bastidores, que levaram até mesmo nosso maior ídolo e entregar as pontas.

Muitos Rubro – Negros querem esquecer esse ano, não tiro sua razão, não vamos lembrar dele como o mais vitorioso de nossa história. Mas vamos lembrar dele toda vez em que formos exigir alguma coisa dos nossos dirigentes, quando fomos torcer, quando votarmos. Não tiro a razão de Zico quando disse, com todas as letras “o título de 2009 fez muito mau ao Flamengo”. Nos acomodamos, não colocamos a rédea curta em nossos potenciais craques, em troca de suas excelentes jogadas deixamos que se excedessem fora de campo, cujos resultados refletiram em campo. Deixamos que os outros se sentissem vencedores em nossa derrota. Generalizaram de uma forma digna de jornais udenistas - elitistas.  Clamaram por uma UPP na Gávea. E quer saber, precisávamos de uma sim. Tem muita gente ali que não honra o Nosso Nome, e precisava ir parar atrás das grades.

Nossa Nação viveu seu Stalingrado ao contrário. Padecemos em nosso próprio solo, como se não bastasse sentir a tormenta em nosso próprio campo. Não tivemos a altivez de um Exército Vermelho. Não nos inspiramos em nos congêneres Partisans que imprimiram derrotas vergonhas aos Nazistas, esquecemos nossa veia de Raça, não no sentido étnico segregacionista, e sim como a força que nos move. Nos deixamos calar. Infelizmente

Não tivemos um inverno, tivemos uma tormenta de calor. Nosso Stalingrado foi quente como o inferno. Não houve camaradagem, não houve apoio. Não houve um Vassili Zaitsev (franco atirador, herói russo da segunda guerra mundial). Mas houveram vários contra nós.
Onde já fizemos muitos padecerem...cavamos nossa cava, rasa, a pior de todas, onde nos últimos meses nos reviraram, enterraram e deixaram o cadáver em putrefação a mostra.

Será que esse Urubu vai fazer as vezes da fênix e renascer das cinzas? Torcemos para que sim. Não tenho mais palavras para falar, por isso vou usar um trecho de verso da história em quadrinhos V de Vingança, para não esquecermos.
   
“Lembrai, lembrai, lembrai
[...]
Da pólvora e do ardil
Quem poderia perpetrar
Uma traição tão vil”

domingo, 28 de novembro de 2010

Rio na Rede



Sabe-se que a ONU reconhece a transnacionalidade do crime, em cuja rede pode-se renovar, a qualquer momento, armas e drogas.

Do que há de correto na estratégia e não compartilha do show da televisão, do qual faz parte Cabral, com seu ufanismo eleitoreiro como agora há pouco na globo,  como foi pensado o encaminhamento do contexto internacional do tráfico no Rio? 

O Ministério Público atuará no desvelamento das conexões necessárias?

Rubro-Negros somos incômodos, dizemos e fazemos o indispensável; por isso, enfrentaremos o cruzeiro com a dignidade que o Manto exige, independente das consequências para o resto do Rio. 

SRN

sábado, 27 de novembro de 2010

Perna Perdida

Por 28, do blog 28 / www.vinteoitosetembro.blogspot.com




Apareceu ontem na Vila Cruzeiro uma perna mecânica. Correr fica difícil. Sei bem o que é isso. E é o que, capenga e já batendo na trave, me leva a preferir a  revolução-processo. Não mói ninguém. Ou mói menos, a longo prazo.

Estratégia, tática, correlação de forças, correlação de classes:  o vocabulário carioca enriquecido vem me obrigando a consulta a dicionários nesta última semana. Anoto, conforme instrução médica, pra não me esquecer. Copio com um olho no padre, outro na missa, um olho na janela, outro na bala.

O confuso Cabral, perdido em encômios de político de bica d'água, não contribui muito, mas Jobin, o próprio Beltrame (desculpem-me, mas, este me parece um sujeito confiável, não faz concessão ao estilo demagógico numa área tão sensível como a que atua), os demais chefes militares esclareceram os dois momentos da estratégia implementada.
 

No primeiro momento, há uma solicitação de apoio logístico (transporte e equipamentos). Num segundo momento, em virtude da estratégia, cumpria a utilização de forças (ação tática) que transcendia à capacidade do estado, limitado ao bope. Além deste, as que há disponíveis são justamente os fuzileiros e os para-quedistas (marinha e aeronáutica). Aqui já sobe o nível institucional, para o que o que Jobin qualificou de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), nível em que a utilização destas forças exige a autorização direta do presidente da república.
 

Fica claro, portanto, que a surpresa demonstrada pelo sistema de comunicação visa ao espetáculo. Sobretudo a que se verifica na divulgação dos ataques incendiários ( tática dos comandos). São ataques previsíveis, do mesmo modo como a fuga filmada ao vivo, desde anteontem veiculada com pirotecnia. Não faz parte da estratégia a caça, como se se perseguissem ratazanas. A aposta no objetivo, a conquista do território central, o complexo comunitário local - acredita-se - é suficiente para matar o varejo de inanição.
 

Agora o ponto que considero central e que não diz respeito à estratégia militar, embora deva ser abordada desse modo, conforme ensinava Lenin. Não deveria haver uma aç
ão concertada envolvendo o Ministério Público, no levantamento minucioso e inteligente do patrimônio e dinheiro do tráfico?

O Ministério Público, sempre tão independente, não poderia atuar no desvelamento não daqueles pés-de-chinelo, alguns literalmente de chinelo, bermuda, mochilas e fuzil à costas, mas que frequentam alguns restaurantes da Rio Branco,  andam de jatinho e carro blindado?