terça-feira, 30 de novembro de 2010

Stalingrado Rubro-Negro


Por Renato Lopes

Para o Clube de Regatas do Flamengo um ano para não se esquecer. Não pelas glórias, mas pelas inglórias. Não pelas marcas que deixamos, mas pelas marcas deixadas na Nação. Não pelas vitórias, mas pelas derrotas, dentro e fora de campo e nos bastidores, que levaram até mesmo nosso maior ídolo e entregar as pontas.

Muitos Rubro – Negros querem esquecer esse ano, não tiro sua razão, não vamos lembrar dele como o mais vitorioso de nossa história. Mas vamos lembrar dele toda vez em que formos exigir alguma coisa dos nossos dirigentes, quando fomos torcer, quando votarmos. Não tiro a razão de Zico quando disse, com todas as letras “o título de 2009 fez muito mau ao Flamengo”. Nos acomodamos, não colocamos a rédea curta em nossos potenciais craques, em troca de suas excelentes jogadas deixamos que se excedessem fora de campo, cujos resultados refletiram em campo. Deixamos que os outros se sentissem vencedores em nossa derrota. Generalizaram de uma forma digna de jornais udenistas - elitistas.  Clamaram por uma UPP na Gávea. E quer saber, precisávamos de uma sim. Tem muita gente ali que não honra o Nosso Nome, e precisava ir parar atrás das grades.

Nossa Nação viveu seu Stalingrado ao contrário. Padecemos em nosso próprio solo, como se não bastasse sentir a tormenta em nosso próprio campo. Não tivemos a altivez de um Exército Vermelho. Não nos inspiramos em nos congêneres Partisans que imprimiram derrotas vergonhas aos Nazistas, esquecemos nossa veia de Raça, não no sentido étnico segregacionista, e sim como a força que nos move. Nos deixamos calar. Infelizmente

Não tivemos um inverno, tivemos uma tormenta de calor. Nosso Stalingrado foi quente como o inferno. Não houve camaradagem, não houve apoio. Não houve um Vassili Zaitsev (franco atirador, herói russo da segunda guerra mundial). Mas houveram vários contra nós.
Onde já fizemos muitos padecerem...cavamos nossa cava, rasa, a pior de todas, onde nos últimos meses nos reviraram, enterraram e deixaram o cadáver em putrefação a mostra.

Será que esse Urubu vai fazer as vezes da fênix e renascer das cinzas? Torcemos para que sim. Não tenho mais palavras para falar, por isso vou usar um trecho de verso da história em quadrinhos V de Vingança, para não esquecermos.
   
“Lembrai, lembrai, lembrai
[...]
Da pólvora e do ardil
Quem poderia perpetrar
Uma traição tão vil”

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