quinta-feira, 31 de março de 2016

Mal menor...


Vejo as imagens e as comparo. A memória aberta. Com 21 anos, o entusiasmo com que desenhei as quatro camisas do nosso grupo que saiu daqui, da Gonzaga, a pé, pra Candelária, em 84. A pé, porque a Praça da Bandeira fechada, a Presidente Vargas já lotando desde os correios. O otimismo e o arroubo de que as Diretas pra Presidente eram só um esboço da felicidade sem nitidez só por causa de reacionários, entreguistas, americanófilos, imperialistas, militares, necroses cheios de esparadrapos opacos. E não uso sequer hoje o argumento de um senhor de mais de meio século. Outros iguais estão na rua defendendo o mal menor. Será mesmo que a vida resume o materialismo a um dualismo árido, nublado, praia de paulista? Meus 21 anos não amadureceram um senhor capaz de fazê-lo esbarrar hoje na rua gritando, meio idiota, com um receio lá no fundo do ridículo: “não vai ter golpe...”

Mal menor

Triste...






Mal menor ou defesa da legalidade da ordem?

Confesso que tenho dificuldade de entender uma esquerda defendendo, radical e acriticamente, a "legalidade democrática" da ordem. Não seria melhor, mais honesto, enfatizar o mal menor de uma suposta "social-democracia" em que sempre se transforma a esquerda no governo desta mesma ordem democrática?


SRN


quarta-feira, 30 de março de 2016


"Paulistocentrismo: tensões nas classes dominantes brasileiras”, de Virgína Fontes,no Blog Junho

Minha interpretação é a de que Virgínia Fontes propõe uma sociologia das frações da burguesia local, com ênfase nas consequências decorrentes da escala alcançada pelo nível da acumulação. E aí uma ilação que me ocorreu: quando ela conclui da possibilidade de um deslocamento da luta para a esfera política institucional significa que já conta como dada a remoção do governo Dilma e a perspectiva real do "semipresidencialismo' e a necessidade de atualização do modelo da "revolução democrático-burguesa", agora viável em virtude justamente das consequências daquela escala de acumulação que teria alijado e realinhado uma suposta fração burguesa em torno de um eventual interesse num suposto desenvolvimento nacional? Seria o retorno do "etapismo"? Mas não foi exatamente a colaboração de classes do Partidão que recebeu a pá de cal histórica com o lulopetismo? Ou estaria Virgínia pensando no Estado-relação, atravessado por possibilidades de ruptura, de Poulantzas? Ou será que não é nem uma coisa nem outra?

SRN
Blog Junho
1 h
Virgínia Fontes inquieta-se com as divisões divisões da burguesia brasileira e interroga-se sobre a hegemonia de sua fração paulista.
"A maioria numérica da bu...
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Fotografia de Flora Próspero Virgínia Fontes O paulistocentrismo: tensões nas classes dominantes brasileiras 30 de março de 20169 min atrás1…
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