sábado, 2 de julho de 2011

RECORDE: Revista de História do Esporte

Por Máximo



A  RECORDE, Revista de História do Esporte, www.sport.ifcs.ufrj.br/recorde, do Laboratório de História do Esporte e lazer do PPGHC da UFRJ, vem com um artigo de Douglas Booth, da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, que trata das abordagens acadêmicas sobre o esporte.

Reproduzo abaixo o resumo porque nele estão as ideias forças que circunscrevem o esporte como objeto acadêmico, a partir dos anos 70. Também serve pra clarear modelos, úteis mesmo pra quem não quer saber de esporte, muito menos de futebol. A História Social x História Cultural, quase como um Fla x flu. Pode-se dizer, com base no artigo, que  o historiador que pensa, por exemplo, o futebol dentro do modelo da História Social se preocupa com identidade nacional, acontecimentos de um passado que serviu pra construir o presente. Já o historiador pós-moderno vê o passado apenas como uma construção. Lembrei-me de novo das aulas de Historiografia I da nossa professora Beatriz, particularmente no exemplo que nos deu a respeito do holocausto. Não se pode negá-lo ou mesmo dizer que se trata de uma construção narrativa. Abaixo o autor fala de acomodação como um espaço de intersecção. Deve ser a aplicação no esporte do exemplo dado pela Beatriz. Há no futebol uma polêmica envolvendo Gilberto Freyre, Mario Filho e o Estado Novo. O pau come entre os acadêmicos que se situam nesses campos distintos. Os pós-modernos dizem que o futebol foi usado por Freyre e Mário Filho  como um discurso a serviço de uma construção identitária autoritária e excludente. Já os da História Social dizem que se trata de uma correspondência entre acontecimento e narrativa. 
Não é à toa que o futebol nada tem de alienante.

SRN

 

História do Esporte: Abordagens em Mutação 

Por Douglas Booth

Resumo

Trinta anos após sua concepção e desenvolvimento como um ramo da história social, a história do esporte acadêmica está em estado de fluxo e, cada vez mais, é influenciada por um paradigma cultural inspirado no pós-modernismo. Neste artigo, examino a maneira como emergem, na história do esporte, as apropriações modernas da história social e as apropriações pós-modernas da história cultural. Enquanto a história social baseia-se em ideias sobre emancipação, verdades empíricas e o passado como uma fundação para o presente, a história cultural abraça uma forma de pensamento explicitamente autoconsciente e reflexiva, que relança a história como um discurso construído sobre o passado. Assim como examinar as características conceituais, ideológicas, narratológicas e semiológicas tanto da história social quanto da cultural, identifico áreas de acomodação entre as duas abordagens e discuto o potencial para esta acomodação florescer em histórias nas quais autores abertamente reflitam sobre seu trabalho e seus formatos e métodos, e revelem seus objetivos ideológicos e políticos, assim como as limitações de suas narrativas.

Palavras-chave: história social; história cultural; história modernista; história pós-modernista.

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