sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

"O povo não pode estragar a Copa"

Por Máximo





Talvez a melhor maneira de ter um pouco de respeito ao clássico do FEBEAPÁ (Festival de Besteiras que Assola o País), do Stanislau Ponte Preta, Sérgio Porto, é acreditar que o Pelé, de fato, acredita piamente no que diz. Hoje na ESPN, em um trecho da entrevista ao filho do Juca Kfouri, André Kfouri, Pelé afirma, entre outras, que o povo não devia estragar com manifestações os próximos grandes eventos programados pro Brasil: a Copa, agora, e as Olimpíadas, adiante.

"Felizmente, Deus é brasileiro e fez o Brasil ser campeão na Copa das Confederações."

Só faltou a musiquinha: "90 milhões em ação, pra frente Brasil, do meu coração!"

Talvez tenha tocado depois que eu desliguei a televisão com medo de emendar com o programa do "Amaral Neto, o repórter".

SRN

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Nássara Não Frequentava Rodízio em Vila Isabel

Por Máximo

De Castelo a Figueiredo, passando por Costa e Silva, Médici e Geisel, Nássara, em Vila isabel, sintetiza, criticamente, em seu traço cubista, o rodízio dos generais-presidentes da ditadura parida pelo golpe de 64, agora cinquentenário.

SRN


domingo, 19 de janeiro de 2014

Crítica à Indústria Farmacêutica

Por Máximo



A sintonia fina que só pode vir da sabedoria tranquila. Sem prosélito, Jaime botou a garotada, em risco previsível, neste domingo de pelada de verão carioca: 1 x 0 sobre esse time com nome de laboratório.

SRN

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Che Arantes

Por Máximo



Pelé era socialista, mas ninguém sabia. O próprio dops talvez tivesse dúvidas, mas Pelé, mestre das fintas e do drible, enganou bonito tomando a iniciativa, a 21 de outubro de 1970, poucos meses após o tricampeonato ufanista, indo até o dops para informar que comunistas o haviam procurado no exterior com um documento contra a ditadura e que ele se recusara a assinar. 

Tudo está em 'Memórias do Chumbo", documentário jornalístico sobre a relação entre futebol e ditaduras na América Latina, feito pelo jornalista Lúcio de Castro.

Na justa homenagem, pela organicidade, de Pelé pela Fifa, em que Cristiano Ronaldo é eleito o melhor do mundo, é possível verificar como a política aparece nos novos termos da História Política. "Novos" não exatamente, pois se trata de uma inflexão a partir dos anos 70, com o futebol exemplo do uso estratégico do sistema de representação. A seleção brasileira, qualquer uma, à época (haja vista o aproveitamento pela ditadura nacional da seleção de 70) amplia sua materialidade pelas possibilidades simbólicas que encerra: ampla circulação social com uma forte dimensão política, a julgar pelo potencial de construção imagética, conforme Chartier, em sua "História Cultural": "a realidade só existe no signo que a exibe."

Che Arantes.

SRN, companheiro

sábado, 11 de janeiro de 2014

De Thompson a Canclini, com Sócrates no Meio-Campo, Temos Um Bom Time

Por Máximo



Um texto muito útil: "Cultura Popular, um Conceito e Várias Histórias", de Martha Abreu, publicado no livro "Ensino de História, Conceitos, Temáticas e Metodologia". Não sei se Sócrates chegou a lê-lo, de qualquer forma, tanto quanto o craque que fora, vale a força do símbolo que encarna, na crítica sempre oportuna do futebol como modalidade de cultura popular.

Martha Abreu começa com a validade, para a historiografia, do conceito de cultura popular, a despeito de todos os problemas que enumera: folclore, cultura de massas, alteridade, resistência, tradição e modernidade, popular e erudito, local e estrangeiro. Sua análise é referenciada em Koselleck quando escreve que "como todo conceito, o de cultura popular também constrói identidades e tem uma história (por isso, o envolvimento com as questões políticas e ideológicas do seu próprio tempo)."

Aqui no Brasil, o uso do conceito também expõe as contradições e os embates políticos, culturais, ideológicos e teóricos em tempos distintos. Martha passeia pela história: da crítica da sociologia paulista ao folclore à cultura popular hoje no ensino e pesquisa. Mobiliza autores e um rápido debate historiográfico confrontando a perspectiva antropológica da cultura popular como consenso divulgada por Peter Burke à crítica marxista, sempre corrosiva, no melhor humor inglês, de Thompson, para quem a cultura popular é uma arena de conflitos, um lugar material de trabalho e exploração em que a ideia de consenso não passa de rito de paternalismos e deferências.

Martha Abreu também cita com entusiasmo Chartier não apenas pelo conceito de cultura popular que o historiador francês atribui a uma invenção das elites a fim de marcar distância, "delimitar, caracterizar e nomear práticas que nunca são designadas pelos seus atores como pertencendo à cultura popular", mas também sobre a ironia que demonstra diante do vaticínio de boa parte dos historiadores que condenam irremediavelmente a cultura popular ante a força incoercível e niveladora da modernidade.

Nestor Canclini, sociólogo mexicano, também aparece no texto com o argumento de que "o importante, então, diferentemente da perspectiva do folclorista, não seria buscar o que não muda: mas por que muda, como muda e interage com a modernidade."

Penso que Thompson e Canclini dispõem o recorte que fundamenta o argumento para o meu desenho do Sócrates. A cultura popular não é vivida pelos agentes como inamovível. A dinâmica social não poderia passar incólume às pressões da indústria cultural. Um jogo dialético que fica interessante justo pelo esforço contra-hegemônico: a qualidade da transformação depende do acirramento das contradições que só pode vir da resistência em se contrapor aos interesses da cultura de massas orientados para melhor conformar o produto para a circulação. A ilação com o futebol, cada vez mais uma mercadoria. O "padrão fifa" - arenas excludentes, com um público selecionado, e futebol midiatizado feito pra televisão paga - é um problema, até reacionário, pois retoma hierarquias e desigualdades, ao contrário da modernização que se abre a contradições. A organização econômica, estabelecida pela fifa, não permite apropriações criativas e reelaboração popular da prática do futebol. 

"Padrão fifa' é tributário de certos "Fenômenos". 

Curioso.

SRN

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Justiça paulista manda CBF devolver pontos ao Flamengo


Valdir da Rocha Silva, diretor jurídico da Lusa, foi a primeira testemunha a depor Foto: Cezar Loureiro / Agência O Globo
Valdir da Rocha Silva, diretor jurídico da Lusa, foi a primeira testemunha a depor Cezar Loureiro / Agência O Globo
RIO - O Campeonato Brasileiro de 2013 ainda não chegou ao fim. Depois dos julgamentos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que retiraram quatro pontos de Flamengo e Portuguesa pela escalação irregular dos jogadores André Santos e Héverton, respectivamente, na última rodada, nesta sexta-feira a 42ª Vara Cível de São Paulo concedeu uma liminar obrigando a CBF a devolver os quatro pontos ao Flamengo. A decisão baseia-se em desrespeito ao Estatuto do Torcedor mesmo fundamento usado pelo Ministério Público de São Paulo, que abriu inquérito contra CBF e STJD nesta semana.
A liminar concecida pela Justiça de São Paulo foi pedida pelo advogado Luiz Paulo Pieruccetti Marques, sócio do Flamengo.
“Efetivamente, a data da publicidade da referida decisão [suspensão de André Santos] se deu em momento posterior ao jogo contra o Cruzeiro, conforme demonstrado [...], de firma que o referido atleta estava em condições regulares para participar da partida” diz o texto da decisão.
O julgamento no STJD, realizado no fim do ano, retirou quatro pontos de Flamengo e Portuguesa, causando o rebaixamento do clube paulista e livrando o Fluminense da Série B. A decisão da Justiça Paulista não alteraria a tabela do Brasileirão, mas pode abrir precedente para que a Lusa também recupere seus pontos.

 em http://ogo.glbo.com/esportes/justica-paulista-manda-cbf-devolver-pontos-ao-flamengo-11263254#ixzz2q1H8kZbZ 
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