terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Che Arantes

Por Máximo



Pelé era socialista, mas ninguém sabia. O próprio dops talvez tivesse dúvidas, mas Pelé, mestre das fintas e do drible, enganou bonito tomando a iniciativa, a 21 de outubro de 1970, poucos meses após o tricampeonato ufanista, indo até o dops para informar que comunistas o haviam procurado no exterior com um documento contra a ditadura e que ele se recusara a assinar. 

Tudo está em 'Memórias do Chumbo", documentário jornalístico sobre a relação entre futebol e ditaduras na América Latina, feito pelo jornalista Lúcio de Castro.

Na justa homenagem, pela organicidade, de Pelé pela Fifa, em que Cristiano Ronaldo é eleito o melhor do mundo, é possível verificar como a política aparece nos novos termos da História Política. "Novos" não exatamente, pois se trata de uma inflexão a partir dos anos 70, com o futebol exemplo do uso estratégico do sistema de representação. A seleção brasileira, qualquer uma, à época (haja vista o aproveitamento pela ditadura nacional da seleção de 70) amplia sua materialidade pelas possibilidades simbólicas que encerra: ampla circulação social com uma forte dimensão política, a julgar pelo potencial de construção imagética, conforme Chartier, em sua "História Cultural": "a realidade só existe no signo que a exibe."

Che Arantes.

SRN, companheiro

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