Por Máximo
Parreira acaba de dizer, na ESPN, no programa Bate-Bola, que "a CBF é o Brasil que deu certo." A despeito de sua elegância, Parreira não passa incólume à formação que recebeu, ex-oficial formado pós-64, sob a égide da Doutrina de Segurança Nacional, de caça ao "inimigo interno", e, ao que parece, cristalizado, preso a um anacronismo neoliberal de resultado típico dos anos 90, de que o time que dirigiu nos EUA era tributário. Mais do que futebol, uma visão de mundo, a vida uma coisa dada, regida por critérios produtivistas, impermeável e indiferente à disputa de sentidos.
70 deu certo, mas e a tortura de Estado - lembrando Beatriz Sarlo para quem o excesso de memória que analisa, e até faz críticas, não implica, como deixa bem claro em "Tempo Passado; cultura da memória e guinada subjetiva", em negligenciar "ser o terrorismo de Estado um capítulo que deve permanecer juridicamente aberto, e que o que aconteceu durante a ditadura militar deve ser ensinado, divulgado, discutido, a começar pela escola"?
94 deu certo, mas, quanta aridez a ponto da seleção de 82 ser muito mais lembrada e amada do que aquele título?
Com o zero que tirei na discursiva do PROFHISTÓRIA, estou perfeitamente apto para estudar na mesma universidade frequentada por Parreira e o "Fenômeno".
SRN
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