Após o Fla-Flu da campanha, em que o argumento é abafado pela emoção, parecia, pelos pronunciamentos, tanto de Dilma, quanto do próprio Aécio, no domingo, que a próxima etapa do debate político seria muito boa, com a explicitação do dissenso. Entretanto, o que se verifica agora é a caricatura do que houve de pior na nossa história, com arremedos de golpismo facilitados pelo facebook. E a crítica que teria de ser feita dentro do próprio governo, entre outros temas, como o da copa do mundo, em que a própria Dilma aparecia visivelmente constrangida ao lado de Blatter, Marin e vírus anexos. Mas, como fazer isso, se o Fla-Flu continua, transformado em caricatura de pelada do Aterro?
A grande intelectual argentina, Beatriz Sarlo, em "Tempo Passado: cultura da memória e guinada subjetiva", na crítica que faz à ordem baseada no anacronismo testemunhal, afirma que não cabia criticar os erros dos que eram abatidos pela ditadura argentina, pois isto significava contribuir à repressão, mas que, agora, no modelo de justiça de transição adotado na Argentina, o terrorismo de Estado sendo punido, cabia o exame, a reflexão:
"(...) para dar um exemplo: nas décadas de 1960 e 1970, não existia nos movimentos revolucionários a ideia de direitos humanos. E, se é impossível (e indesejável) extirpá-la do presente, tampouco é possível projetá-la intacta para o passado."
SRN
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