Wolfgang Laib, artista
alemão consagrado, acaba de ganhar um dos maiores prêmios de arte, o “Prêmio
Imperial do Japão”. Laib trabalha com materiais orgânicos; pólen, arroz, leite.
Pra fazer arte, fazer arte basta. A tentação de deixar suspenso o enigma já
conta com a ajuda da frase praticamente dobrada. Não quer dizer nada. Como a
arte do leite que dilui os limites do mármore. Onde acaba o mármore e começa o
leite? Por que perguntar, piorando ainda esperar resposta, se a arte não é mais
obra, não é mais gesto, não é mais desempenho? Aliás, pra que prêmio, que
limita e exclui a arte total? Arte discurso, bastando dizer a respeito?
SRN
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