sábado, 27 de fevereiro de 2016

Clio pancada

Com a Quarta Revolução Industrial, a da microinformática, intensifica-se o atual regime de historicidade definido por Hartog como presentismo, cujo marco localiza em 89, com a queda do muro. Segundo Hartog, tal Revolução só o reforça (“o tempo real do mercado é presentista, da ordem do microssegundo, como contínuo”), ampliadas as modalidades de mídia (TV fechada, internet, telefonia móvel), a cultura elevada a um grande objeto de consumo, volátil – é certo – pela própria dinâmica dessas novas condições midiáticas. E a História, como disciplina, se constitui numa grande fornecedora: modas “retrô”, memória de consumo.

Como fica, então, neste regime de historicidade em que o presente é a categoria dominante, o esforço por diluir o marxismo na descaracterização do sujeito histórico, da classe como móvel revolucionário? Tal diluição não perdeu força com a crise de 2008? Não vale retornar ao “pensamento marxiano”, à leitura direta do que Marx e Engels escreveram?


SRN


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