quarta-feira, 6 de abril de 2016

segunda-feira, 4 de abril de 2016

O problema da precarização dos trabalhadores e da classe média enraivecida

Reparem como a hegemonia da direita restringe a luta política. O “semipresidencialismo” golpista, coordenado por Fernando Henrique, em regresso notório por tornar ao Parlamento o monopólio da política, desprezando e criminalizando o ativismo social, pode ser uma prévia da agudização da recidiva fascista. Curiosamente, um “mal menor”. Daí a importância de valorizar a política, ao invés de desqualificá-la, contra todo tipo de esvaziamento proveniente do discurso “técnico”’ e de “gestão’ do regime. Classe média enraivecida e trabalhador precarizado, hegemonizado pela direita, termina no fascismo.


4/4/16, uma data cujo valor simbólico contempla uma luta permanente contra o regresso


Hoje faz 48 anos do assassinato de Martin Luther King. E o terrífico do seu sacrifício aparece na futilidade com que aparenta revestir-se pela força do retorno da direita no espaço global.

Em seu “Dicionário da Política”, Bobbio, no verbete “fascismo”, faz um resumo das suas principais vertentes teóricas explicativas. Escolho a marxista. Nela o fascismo aparece como a forma mais extremada de ditadura burguesa, em que a coerção alcançou seu grau máximo. Não apenas um instrumento do grande capital, mas também com a função contra-revolucionária de ataque aos trabalhadores. Denunciariam os pós-modernos o caráter teleológico. Pouco importa. Até pela pouca importância a que se reduziram.

Importante do verbete de Bobbio são dois aspectos da gênese do fascismo que se perderam em virtude da homogeneização da II Guerra.

O primeiro deles, a expressão, na Itália de Mussolini, de um movimento de classe média, tanto contra o proletariado, quanto contra a burguesia.

O outro, presente em setores do próprio proletariado, que o enxergavam como uma espécie de “bonapartismo”, “cessão temporária do poder político  a uma terceira força  e por uma relativa autonomia  do executivo em relação às classes dominantes, tornadas possíveis graças a uma situação de equilíbrio entre as principais  forças de classe em ação.”

Não vale uma reflexão, na medida em que o tempo histórico, do assassinato de King até os dias de hoje, já está mais do que evidente não ser linear, factual, muito menos evolutivo?

domingo, 3 de abril de 2016

Se Fernando Henrique é contra, vale pensar ser a favor


Hoje, no “Estadão” ( já que paulista cultiva tanto suas elites, haja vista o pato plagiado da Fiesp, por que não uma forma superlativa mais sintética, elegante, por que não, ao invés de "Estadão", "Estadíssimo"? E campeonato brasileiro, por exemplo, “brasileirão”, por que não "brasileiríssimo" (mas, aí, não condiz com o pato plagiado da porta da Fiesp)?), Fernando Henrique, após historiar suas posições passadas a respeito do impeachment de Collor - em que só se decidiu quando comprovado o “malfeito” do Fiat Elba, embora temesse o resquício autoritário da ditadura recente -  e da tentativa sobre Lula, ainda no primeiro mandato, a propósito do “mensalão” – em que temeu criar um mito derrubado pelas “elites” -, agora está com a consciência tranqüila pelo tempo que passou do lulopetismo e que o convenceu de que se trata da “corrupção da democracia sob os auspícios de governos petistas.” Nenhuma novidade analítica do sociólogo do truísmo. O problema não está em uma eventual contribuição acadêmica, cujos efeitos, de resto, não alteram a vida. Cumpre atenção à malandragem política que esconde a preocupação que demonstrou com a eventualidade de eleições diretas pra resolver o impasse político. Brandiu logo o respeito à Constituição, logo ele o fomentador do “semipresidencialismo”.
Será que só, por isso, não vale a pena pensar nas eleições diretas como uma alternativa?
SRN

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Pra que o sobrinho de Napoleão se temos Fernando Henrique?

Não vivemos uma crise de hegemonia. Não há um impasse decorrente de um equilíbrio de forças. O trabalho não ameaça o capital. Longe disso: a recidiva liberal produziu, sobre a erosão da institucionalidade da proteção da força de trabalho, greves defensivas contra o avanço da predação, somadas ao ressentimento de uma massa de trabalhadores jovens, confusa, que saiu às ruas em junho de 2013, exposta a opções de atividades desqualificadas, mal remuneradas, voláteis, sem quaisquer garantias. A terceirização afirma-se um truísmo. Afinal, mais ordem, mais deveres, menos direitos.

Em tais condições, dispensa-se o bonapartismo. A política pode resolver o problema, isolando o poder. "Semipresidencialismo".

SRN