segunda-feira, 4 de abril de 2016

4/4/16, uma data cujo valor simbólico contempla uma luta permanente contra o regresso


Hoje faz 48 anos do assassinato de Martin Luther King. E o terrífico do seu sacrifício aparece na futilidade com que aparenta revestir-se pela força do retorno da direita no espaço global.

Em seu “Dicionário da Política”, Bobbio, no verbete “fascismo”, faz um resumo das suas principais vertentes teóricas explicativas. Escolho a marxista. Nela o fascismo aparece como a forma mais extremada de ditadura burguesa, em que a coerção alcançou seu grau máximo. Não apenas um instrumento do grande capital, mas também com a função contra-revolucionária de ataque aos trabalhadores. Denunciariam os pós-modernos o caráter teleológico. Pouco importa. Até pela pouca importância a que se reduziram.

Importante do verbete de Bobbio são dois aspectos da gênese do fascismo que se perderam em virtude da homogeneização da II Guerra.

O primeiro deles, a expressão, na Itália de Mussolini, de um movimento de classe média, tanto contra o proletariado, quanto contra a burguesia.

O outro, presente em setores do próprio proletariado, que o enxergavam como uma espécie de “bonapartismo”, “cessão temporária do poder político  a uma terceira força  e por uma relativa autonomia  do executivo em relação às classes dominantes, tornadas possíveis graças a uma situação de equilíbrio entre as principais  forças de classe em ação.”

Não vale uma reflexão, na medida em que o tempo histórico, do assassinato de King até os dias de hoje, já está mais do que evidente não ser linear, factual, muito menos evolutivo?

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