Hoje
faz 48 anos do assassinato de Martin Luther King. E o terrífico do seu
sacrifício aparece na futilidade com que aparenta revestir-se pela força do
retorno da direita no espaço global.
Em
seu “Dicionário da Política”, Bobbio, no verbete “fascismo”, faz um resumo das suas
principais vertentes teóricas explicativas. Escolho a marxista. Nela o fascismo
aparece como a forma mais extremada de ditadura burguesa, em que a coerção
alcançou seu grau máximo. Não apenas um instrumento do grande capital, mas
também com a função contra-revolucionária de ataque aos trabalhadores.
Denunciariam os pós-modernos o caráter teleológico. Pouco importa. Até pela
pouca importância a que se reduziram.
Importante
do verbete de Bobbio são dois aspectos da gênese do fascismo que se perderam em
virtude da homogeneização da II Guerra.
O
primeiro deles, a expressão, na Itália de Mussolini, de um movimento de classe
média, tanto contra o proletariado, quanto contra a burguesia.
O
outro, presente em setores do próprio proletariado, que o enxergavam como uma
espécie de “bonapartismo”, “cessão temporária do poder político a uma terceira força e por uma relativa autonomia do executivo em relação às classes
dominantes, tornadas possíveis graças a uma situação de equilíbrio entre as
principais forças de classe em ação.”
Não
vale uma reflexão, na medida em que o tempo histórico, do assassinato de King
até os dias de hoje, já está mais do que evidente não ser linear, factual,
muito menos evolutivo?
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