"Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara..."
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
domingo, 28 de novembro de 2010
Rio na Rede
Sabe-se que a ONU reconhece a transnacionalidade do crime, em cuja rede pode-se renovar, a qualquer momento, armas e drogas.
Do que há de correto na estratégia e não compartilha do show da televisão, do qual faz parte Cabral, com seu ufanismo eleitoreiro como agora há pouco na globo, como foi pensado o encaminhamento do contexto internacional do tráfico no Rio?
Do que há de correto na estratégia e não compartilha do show da televisão, do qual faz parte Cabral, com seu ufanismo eleitoreiro como agora há pouco na globo, como foi pensado o encaminhamento do contexto internacional do tráfico no Rio?
O Ministério Público atuará no desvelamento das conexões necessárias?
Rubro-Negros somos incômodos, dizemos e fazemos o indispensável; por isso, enfrentaremos o cruzeiro com a dignidade que o Manto exige, independente das consequências para o resto do Rio.
SRN
sábado, 27 de novembro de 2010
Perna Perdida
Por 28, do blog 28 / www.vinteoitosetembro.blogspot.com
Estratégia, tática, correlação de forças, correlação de classes: o vocabulário carioca enriquecido vem me obrigando a consulta a dicionários nesta última semana. Anoto, conforme instrução médica, pra não me esquecer. Copio com um olho no padre, outro na missa, um olho na janela, outro na bala.
O confuso Cabral, perdido em encômios de político de bica d'água, não contribui muito, mas Jobin, o próprio Beltrame (desculpem-me, mas, este me parece um sujeito confiável, não faz concessão ao estilo demagógico numa área tão sensível como a que atua), os demais chefes militares esclareceram os dois momentos da estratégia implementada.
No primeiro momento, há uma solicitação de apoio logístico (transporte e equipamentos). Num segundo momento, em virtude da estratégia, cumpria a utilização de forças (ação tática) que transcendia à capacidade do estado, limitado ao bope. Além deste, as que há disponíveis são justamente os fuzileiros e os para-quedistas (marinha e aeronáutica). Aqui já sobe o nível institucional, para o que o que Jobin qualificou de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), nível em que a utilização destas forças exige a autorização direta do presidente da república.
Fica claro, portanto, que a surpresa demonstrada pelo sistema de comunicação visa ao espetáculo. Sobretudo a que se verifica na divulgação dos ataques incendiários ( tática dos comandos). São ataques previsíveis, do mesmo modo como a fuga filmada ao vivo, desde anteontem veiculada com pirotecnia. Não faz parte da estratégia a caça, como se se perseguissem ratazanas. A aposta no objetivo, a conquista do território central, o complexo comunitário local - acredita-se - é suficiente para matar o varejo de inanição.
Agora o ponto que considero central e que não diz respeito à estratégia militar, embora deva ser abordada desse modo, conforme ensinava Lenin. Não deveria haver uma aç ão concertada envolvendo o Ministério Público, no levantamento minucioso e inteligente do patrimônio e dinheiro do tráfico?
O Ministério Público, sempre tão independente, não poderia atuar no desvelamento não daqueles pés-de-chinelo, alguns literalmente de chinelo, bermuda, mochilas e fuzil à costas, mas que frequentam alguns restaurantes da Rio Branco, andam de jatinho e carro blindado?
Apareceu ontem na Vila Cruzeiro uma perna mecânica. Correr fica difícil. Sei bem o que é isso. E é o que, capenga e já batendo na trave, me leva a preferir a revolução-processo. Não mói ninguém. Ou mói menos, a longo prazo.
Estratégia, tática, correlação de forças, correlação de classes: o vocabulário carioca enriquecido vem me obrigando a consulta a dicionários nesta última semana. Anoto, conforme instrução médica, pra não me esquecer. Copio com um olho no padre, outro na missa, um olho na janela, outro na bala.
O confuso Cabral, perdido em encômios de político de bica d'água, não contribui muito, mas Jobin, o próprio Beltrame (desculpem-me, mas, este me parece um sujeito confiável, não faz concessão ao estilo demagógico numa área tão sensível como a que atua), os demais chefes militares esclareceram os dois momentos da estratégia implementada.
No primeiro momento, há uma solicitação de apoio logístico (transporte e equipamentos). Num segundo momento, em virtude da estratégia, cumpria a utilização de forças (ação tática) que transcendia à capacidade do estado, limitado ao bope. Além deste, as que há disponíveis são justamente os fuzileiros e os para-quedistas (marinha e aeronáutica). Aqui já sobe o nível institucional, para o que o que Jobin qualificou de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), nível em que a utilização destas forças exige a autorização direta do presidente da república.
Fica claro, portanto, que a surpresa demonstrada pelo sistema de comunicação visa ao espetáculo. Sobretudo a que se verifica na divulgação dos ataques incendiários ( tática dos comandos). São ataques previsíveis, do mesmo modo como a fuga filmada ao vivo, desde anteontem veiculada com pirotecnia. Não faz parte da estratégia a caça, como se se perseguissem ratazanas. A aposta no objetivo, a conquista do território central, o complexo comunitário local - acredita-se - é suficiente para matar o varejo de inanição.
Agora o ponto que considero central e que não diz respeito à estratégia militar, embora deva ser abordada desse modo, conforme ensinava Lenin. Não deveria haver uma aç ão concertada envolvendo o Ministério Público, no levantamento minucioso e inteligente do patrimônio e dinheiro do tráfico?
O Ministério Público, sempre tão independente, não poderia atuar no desvelamento não daqueles pés-de-chinelo, alguns literalmente de chinelo, bermuda, mochilas e fuzil à costas, mas que frequentam alguns restaurantes da Rio Branco, andam de jatinho e carro blindado?
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Histrionismo Bélico
O excesso de informação mata a própria informação. Não se sabe o que realmente importa. O que ocorre no Rio convence-me cada vez mais do acerto da crítica marxista da violência simbólica de classe, representada na estrutura de comunicação. Especialistas espirram de tudo quanto é canto. De sociólogo a ex-militar, há uma convocação acirrada da mídia e o que se vê, ao invés da compreensão, do esclarecimento dos significados possíveis, é uma convergência de consolidação do espírito bélico. Ficamos todos armados até os dentes.
Com exceção do confuso Cabral, a clareza pude perceber agora há pouco, vinda da entrevista coletiva das autoridades.
Gostei do que disse o Nelson Jobim. Salientou a mudança do modelo - o que pode ser interpretado como a superação definitiva da doutrina de segurança nacional. Parece que há uma nova estratégia de defesa, formulada na perspectiva do cidadão. Embora compreenda o grau de segurança que implica e que evita a publicidade, seria indispensável, neste momento, melhor explicitação, um detalhamento maior de seus objetivos, a fim de diminuir esse clima de guerra instalado no Rio.
Definitivamente, não se pode deixar nada por conta desse sistema histriônico de comunicação.
João Sem Medo
Quando o futebol era acusado pelos intelectuais de alienação e de ferramenta de manobra da ditadura, que faturara, ardilosamente, o tricampeonato mundial no México, João Saldanha dizia que falavam bobagem, pois se tratava de um "ramo da arte popular", independente de governos ou da conjuntura. Não negava a manipulação, mas o cinema também havia sido manipulado por Hitler nem, por isso, deixara de ser a arte popular mais representativa do capitalismo industrial.
O argumento que usava era bom. Dizia que o clima tropical e a pobreza do país propiciavam condições objetivas adequadas, fato que levava à prática massiva do futebol, ao contrário da Europa, onde a quantidade de espectadores era muito maior do que a de praticantes. E é verdade. O europeu, com um frio daqueles, onde arrumar disposição? Além disso, o moleque tem mais o que fazer, ler, estudar, preparar-se para uma cultura letrada. O futebol não é um meio de mobilidade social como no Brasil. Somos uns estropiados, prontos pra jogar descalços, no meio da rua. Até botija de plástico de caninha da roça serve como bola.
O problema é que Saldanha morreu em 90, na Itália, assistindo àquela copa medíocre, início da "Era Dunga", cujo apelido fora ele mesmo quem inventara. Qualquer "craque" hoje, mal saído dos juniores, afásico, já tem assessor de imprensa, protetor de gordura antibajulação, mansão na Barra e quantas namoradas à disposição.
O argumento que usava era bom. Dizia que o clima tropical e a pobreza do país propiciavam condições objetivas adequadas, fato que levava à prática massiva do futebol, ao contrário da Europa, onde a quantidade de espectadores era muito maior do que a de praticantes. E é verdade. O europeu, com um frio daqueles, onde arrumar disposição? Além disso, o moleque tem mais o que fazer, ler, estudar, preparar-se para uma cultura letrada. O futebol não é um meio de mobilidade social como no Brasil. Somos uns estropiados, prontos pra jogar descalços, no meio da rua. Até botija de plástico de caninha da roça serve como bola.
O problema é que Saldanha morreu em 90, na Itália, assistindo àquela copa medíocre, início da "Era Dunga", cujo apelido fora ele mesmo quem inventara. Qualquer "craque" hoje, mal saído dos juniores, afásico, já tem assessor de imprensa, protetor de gordura antibajulação, mansão na Barra e quantas namoradas à disposição.
O neoliberalismo chegou ao futebol com a “Era Dunga” (este, na África, revelou-se ao menos digno ante os ataques de um sistema de produção de violência simbólica, cuja licença de serviço público necessita revisão, do que, por certo, o governo Dillma não se eximirá) . E, se no resto não conhece limites, no futebol aproveita o que há de mais atrasado de nossa formação – escravismo, nepotismo, patrimonialismo, o diabo – ao arremedo de uma estrutura vulgar de novos-ricos.
Apesar de botafoguense, Saldanha faz falta.
Apesar de botafoguense, Saldanha faz falta.
Tenho certeza de que também escreveria certo sobre a estupidez de um Rio que não se reconhece.
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