domingo, 7 de outubro de 2012

Todos votamos errado


Por Máximo
 Isso é sempre o que pensa quem vota no outro. Irrelevância. Importante é a história, saber o custo da construção do exercício da democracia. Evidente que aí começa outra briga, envolvendo a tradição liberal pra qual a democracia é um valor real, não um meio, que é justo o que pensa o marxismo tático. Seja como for, é o voto instrumento de um espaço de conquista, aberto à disputa. 

SRN



sábado, 6 de outubro de 2012

Sou ignorante: logo existo

Por Cátia Cilene

Contrariando a opinião de Isabel Lustosa, concluo como parte desta massa ignorante, que ao ser reconhecido como um Joaquim Barbosa, acho que a palavra ignorância cabe mais a ela por apenas olhar os fatos a partir do seu próprio quintal. Se o povo se demonstra antenado a ponto de reconhecer e cumprimentá-lo por sua atuação, percebo maior traço de consciência do que o de simplesmente reproduzir postagens de outros autores sem talvez ao menos analisá-las com um mínimo de isenção como cabe aos historiadores. Sou ignorante, mas penso: logo existo!


Barbosa É "O Fantasma" [que] "Sai De Cena" de Roth

Por Tadeu dos Santos, graduado em Ciências Sociais e Direito pela UERJ


Philip Roth tratou de assunto que guarda alguma semelhança com a pérola trazida por Isabel Lustosa, no seu seu excelente livro  "O FANTASMO SAI DE CENA". Criticamos o "American Way" mas não perdemos oportunidade de macaqueá-los justamente em suas práticas mais deletérias e desprezíveis. 


Roth trata em perfunctórias linhas da mania que em alguns já fez morada de confundir/misturar fatos da vida particular e a partir daí proceder à condenação também da obra do "sujeito faltoso". Nesse passo, cabe asseverar que a política americana move-se em meio a um puritanismo empedernido que finda por concluir que, exemplificativamente, adúlteros tornar-se-iam péssimos políticos.



A apreciação da obra de Oscar Wilde ou mesmo a de Lewis Carrol já sofreu influxos determinados pelo fato de que era o primeiro homossexual e o segundo pedófilo. Na realidade, eram ambos geniais e a apreciação crítica de suas obras deveria dar-se em apartado de aspectos de suas vidas particulares. 

O texto de Isabel Lustosa padece do mesmo mal. Todo o trabalho (muito bom, por sinal) do Ministro Joaquim Barbosa é desqualificado em decorrência de fatos ocorridos em sua vida particular.

As conclusões a que estão chegando os Ministros do STF tem, supõe-se, espeque no conjunto probatório carreado aos autos. E é com os olhos postos nas provas, bem como na análise que os fatos comportam que se devem nortear as críticas aos Ministros da Suprema Corte. 

Discussões atinentes à eventual infração das regras insertas na Lei Maria da Penha devem ser travadas junto às Varas de Família ou quiçá, num desses tabloides sensacionalistas. 



Repise-se: valer-se de dados da vida particular para levar ao descrédito a conduta deste ou daquele Ministro é prática eivada de oportunismo barato apto a merecer a reprimenda  de todos aqueles que esperam que os mensaleiros sejam julgados com o mesmo rigor que seria dirigido a  um outro cidadão qualquer desta triste república.  



Os esfuziantes cumprimentos deferidos ao Ministro Barbosa possuem apenas e tão somente o condão de mostrar a sempre buscada sintonia entre um dos poderes da República (o judiciário) e a população. E isso é bom! Ou não?






O Chopp de Barbosa não tem levado de Maquiavel de botequim


Por Máximo



Lula não é um signo qualquer. É modalidade simbólica com uma finalidade social clara: uma expressão que exige regras para seu uso e aplicação. Refiro-me ao seu legado, cuja defesa anda necessitando melhoras. Qual objetivo de utilizar-se de epítetos que guardam analogia com o "sapo barbudo", que deixou de ser espantalho, mas cuja função era a mesma quando a elite brasileira não podia ouvir falar sequer em reforma? 

A incorporação de milhões de brasileiros, no esforço do pleno emprego que tanto angustia o capital preocupado com o esvaziamento do "exército industrial de reserva", ameaçado que fica o espaço pra intensificação da mais-valia, não pode servir de biombo prum vale-tudo, bem ao gosto "pós-moderno", pelo qual os meios de tão conspurcados acabam por inutilizar os fins. 


Por que desqualificar Joaquim Barbosa? A defesa do legado de Lula necessita tanto de um levado de Maquiavel de botequim? 



Certamente, não o do chopp de Barbosa,, entusiástico e popular, do Bar Luiz aqui da Carioca, que nos lembra, aliás, o bom e velho Lula.


Obs: pedi ao irmão e parceiro na feitura deste blog pra anexar a sua postagem esta minha opinião. É que divergimos sobre o Lula. Eu admiro, ele não suporta. 



Resposta: "Claro que sim, Máximo. Você deve tentar, se possível, a utilização dos vocábulos Lula e Levado no mesmo texto. É excesso de sinonímia." 

Curare e o "Bom Crioulo" do Supremo


Por Máximo

Graciliano Ramos, experiente na dureza do sertão nordestino, não tinha paciência para futricas. Vinícius de Moraes, vendo-o ao fundo da livraria José Olímpio, na Ouvidor, calado, a cara fechada, pra que não o perturbassem sequer com um bom dia, afirmava que "o Velho não tinha paciência pra palhaçada". É o que me ocorre quando vejo postagem como a que segue abaixo feita no facebook. Caetés é o título do primeiro romance do Velho Graça. Curare é veneno de índio. A conexão evidente é que, menos que flechadas ou zarabatanas, a farpa de postagens desse tipo não passa de veneno mesquinho de preconceituosos que temem a independência de indivíduos que se afirmaram sem prestar vassalagem. Reparem: "esse ministro destemperado, (sic) fez sucesso junto ao povão, a massa que faz questão de ser ignorante e não pensar". 

Um desprezo mais do que anacrônico, filho da república oligárquica, filho da doutrina de segurança nacional, em que ao povo nada mais cabe senão produzir e ser conduzido por uma elite cuja "autoridade" só pode vir depois de devidamente chancelada e carimbada no passaporte do PRIMEIRO MUNDO. Escrevi em caixa alta não à toa. Só o uso da expressão já reflete a noz a que se reduz o tamanho do cérebro dos seus autores. São os mesmos que bastam dizer que são "chiques", pra que saibamos ao que vieram: bajuladores, oportunistas, espreitadores de sinecuras.

Estou certo de que tudo decorre a um estilo tributário ao de Gilmar Mendes a quem Joaquim Barbosa não teve travas pra enfrentar, ao vivo, em plena TV Justiça. Agora o primo do Collor vem dizer que Barbosa não está à altura de presidir a mais alta corte do país. Ao contrário, é o que necessita tal corte, expressão mais bem acabada da conciliação pelo alto que caracteriza nossa tradição patrimonialista e personalista. Do que precisa é alguém que lhe explicite as contradições, que exponha os intestinos pútridos de um país que prefere Machado de Assis a Lima Barreto. O "bom crioulo", desta vez, não irá morrer no Hospício. Prefere o Bar Luiz, cujo chopp, de resto, é uma maravilha. 

SRN


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Joaquim Barbosa, aquele que bate em mulher!!
| author: Gusta
Em 2008, Joaquim Barbosa xingou o ministro Eros Grau, 68 anos, de"velho caquético", e chamou-o para a briga. Grau, lembrando um boletim de ocorrência registrado pela então mulher de Barbosa, foi duro: 
"Para quem batia na mulher, não seria nada estranho que batesse num velho também".

Hoje, esse ministro destemperado, fez sucesso junto ao povão, a massa que faz questão de ser ignorante e não pensar:
Relata Lauro Jardim, no Radar:
Joaquim Barbosa e o teste das ruas
Joaquim Barbosa, que sugeriu a Gilmar Mendes andar pelas ruas, acaba de passar pelo teste que propôs ao desafeto. Barbosa almoçou acompanhado de três amigos no tradicionalíssimo Bar Luiz, um restaurante no Centro do Rio de Janeiro, fundado em 1887.

Tomou dois chopes e comeu um filé bem passado com salada de batatas. Ao final da refeição, de sua mesa até a porta teve que parar em todas mesas por que passou: os comensais levantavam-se estendiam-lhe as mãos e mandavam um "parabéns" ou um "muito bem, ministro".
Em seguida, caminhou pela Rua da Carioca, sempre cumprimentado. Parou para tomar um cafezinho de pé. Mais saudações. continua>>
Tsc...tsc...tsc...Lamentável!!!

Carolina Medeiros

Por Máximo

82 foi um ano dialético. Ano da melhor seleção que vi a um só tempo em que a ditadura vivia suas contradições intestinas com o esgoto dos doi-codi e torturas ainda resistindo a distensão política à base de bombas em banca de jornal(1980) e puma no Riocentro (1981). Não se acreditava nas eleições. Achava-se que, se os verdadeiros opositores da ditadura vencessem, não tomariam posse. O "voto vinculado", o mecanismo armado pelo qual só se podia votar de ponta a ponta na chapa, no mesmo partido, de senador a deputado estadual, passando por governador, era mais uma tentativa de dividir a oposição. Aqui no Rio o diabo resolveu provar que, de fato, existia. A Globo, uma empresa de apuração de "votos", Proconsult, e agentes do SNI articularam uma fraude para roubar votos de Brizola e desviá-los pra Moreira Franco. Cesar Maia, posteriormente secretário da fazenda de Brizola, depois, mais conhecido por "prefeito maluquinho", era um técnico, economista, muito rigoroso e descobriu a falcatrua. Os que resolveram votar em Brizola fizeram pra testar a ditadura. Votamos e a síntese se fez. O tempo passa. Aqueles jovens que votaram pela primeira vez naquela eleição hoje têm orgulho de ler declarações como a que Carolina escreve. Vida que segue. E que siga sempre próxima, para que não mais nos separemos. Um beijo.



Por Carolina Medeiros 

Amanhã é domingo de decisão. Através do direito do voto podemos decidir quem melhor nos representa, aquele que tem a capacidade de enxergar a política de uma forma humana e com isso fazer o possível pra realidade da cidade ser útil e com qualidade de vida pra quem vive nela (em primeiro lugar) e pra que os visitantes tenham vontade de voltar. Governo só existe por conta do povo, e a sua finalidade é servir o mesmo e não explorá-lo. Se apossar do dinheiro público para o enriquecimento pessoal e de uma determinada camada é hediondo, absurdo, mais do que desvio de grana, é desvio de caráter, inversão da verdadeira razão da política. Afinal, sem povo não existe política, muito menos governo, quem é eleito não tem que fazer um favor pra massa, tem o dever de trabalhar pra ela, pois só chegou aonde chegou graças ao voto.Tem que valorizar o que é nosso, do povo, o que é público. Essa história de que só o privado que é bom, e o público é de má qualidade é uma ideologia errônea, pequena, onde apenas uma minoria se beneficia com tal afirmação, pois temos que pagar duas vezes o público (impostos) e o privado. Pagamos muito e não temos o retorno de nada. Por isso amanhã pela primeira vez vou votar com gosto, feliz por encontrar um candidato com o qual me identifico muito e poder fazer um bom uso desse nosso direito que faz toda a diferença. FREIXO 50





quinta-feira, 4 de outubro de 2012

1969

Presente de uma tia-mãe, num sábado tranquilo, no Jardim Guanabara, na Ilha, abrindo a memória, abrindo-me a própria, completamente esquecida.

SRN
Máximo