Por Máximo
82 foi um ano dialético. Ano da melhor seleção que vi a um só tempo em que a ditadura vivia suas contradições intestinas com o esgoto dos doi-codi e torturas ainda resistindo a distensão política à base de bombas em banca de jornal(1980) e puma no Riocentro (1981). Não se acreditava nas eleições. Achava-se que, se os verdadeiros opositores da ditadura vencessem, não tomariam posse. O "voto vinculado", o mecanismo armado pelo qual só se podia votar de ponta a ponta na chapa, no mesmo partido, de senador a deputado estadual, passando por governador, era mais uma tentativa de dividir a oposição. Aqui no Rio o diabo resolveu provar que, de fato, existia. A Globo, uma empresa de apuração de "votos", Proconsult, e agentes do SNI articularam uma fraude para roubar votos de Brizola e desviá-los pra Moreira Franco. Cesar Maia, posteriormente secretário da fazenda de Brizola, depois, mais conhecido por "prefeito maluquinho", era um técnico, economista, muito rigoroso e descobriu a falcatrua. Os que resolveram votar em Brizola fizeram pra testar a ditadura. Votamos e a síntese se fez. O tempo passa. Aqueles jovens que votaram pela primeira vez naquela eleição hoje têm orgulho de ler declarações como a que Carolina escreve. Vida que segue. E que siga sempre próxima, para que não mais nos separemos. Um beijo.
Por Carolina Medeiros
Amanhã é domingo de decisão. Através do direito do voto podemos decidir quem melhor nos representa, aquele que tem a capacidade de enxergar a política de uma forma humana e com isso fazer o possível pra realidade da cidade ser útil e com qualidade de vida pra quem vive nela (em primeiro lugar) e pra que os visitantes tenham vontade de voltar. Governo só existe por conta do povo, e a sua finalidade é servir o mesmo e não explorá-lo. Se apossar do dinheiro público para o enriquecimento pessoal e de uma determinada camada é hediondo, absurdo, mais do que desvio de grana, é desvio de caráter, inversão da verdadeira razão da política. Afinal, sem povo não existe política, muito menos governo, quem é eleito não tem que fazer um favor pra massa, tem o dever de trabalhar pra ela, pois só chegou aonde chegou graças ao voto.Tem que valorizar o que é nosso, do povo, o que é público. Essa história de que só o privado que é bom, e o público é de má qualidade é uma ideologia errônea, pequena, onde apenas uma minoria se beneficia com tal afirmação, pois temos que pagar duas vezes o público (impostos) e o privado. Pagamos muito e não temos o retorno de nada. Por isso amanhã pela primeira vez vou votar com gosto, feliz por encontrar um candidato com o qual me identifico muito e poder fazer um bom uso desse nosso direito que faz toda a diferença. FREIXO 50
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