sábado, 6 de outubro de 2012

Barbosa É "O Fantasma" [que] "Sai De Cena" de Roth

Por Tadeu dos Santos, graduado em Ciências Sociais e Direito pela UERJ


Philip Roth tratou de assunto que guarda alguma semelhança com a pérola trazida por Isabel Lustosa, no seu seu excelente livro  "O FANTASMO SAI DE CENA". Criticamos o "American Way" mas não perdemos oportunidade de macaqueá-los justamente em suas práticas mais deletérias e desprezíveis. 


Roth trata em perfunctórias linhas da mania que em alguns já fez morada de confundir/misturar fatos da vida particular e a partir daí proceder à condenação também da obra do "sujeito faltoso". Nesse passo, cabe asseverar que a política americana move-se em meio a um puritanismo empedernido que finda por concluir que, exemplificativamente, adúlteros tornar-se-iam péssimos políticos.



A apreciação da obra de Oscar Wilde ou mesmo a de Lewis Carrol já sofreu influxos determinados pelo fato de que era o primeiro homossexual e o segundo pedófilo. Na realidade, eram ambos geniais e a apreciação crítica de suas obras deveria dar-se em apartado de aspectos de suas vidas particulares. 

O texto de Isabel Lustosa padece do mesmo mal. Todo o trabalho (muito bom, por sinal) do Ministro Joaquim Barbosa é desqualificado em decorrência de fatos ocorridos em sua vida particular.

As conclusões a que estão chegando os Ministros do STF tem, supõe-se, espeque no conjunto probatório carreado aos autos. E é com os olhos postos nas provas, bem como na análise que os fatos comportam que se devem nortear as críticas aos Ministros da Suprema Corte. 

Discussões atinentes à eventual infração das regras insertas na Lei Maria da Penha devem ser travadas junto às Varas de Família ou quiçá, num desses tabloides sensacionalistas. 



Repise-se: valer-se de dados da vida particular para levar ao descrédito a conduta deste ou daquele Ministro é prática eivada de oportunismo barato apto a merecer a reprimenda  de todos aqueles que esperam que os mensaleiros sejam julgados com o mesmo rigor que seria dirigido a  um outro cidadão qualquer desta triste república.  



Os esfuziantes cumprimentos deferidos ao Ministro Barbosa possuem apenas e tão somente o condão de mostrar a sempre buscada sintonia entre um dos poderes da República (o judiciário) e a população. E isso é bom! Ou não?






O Chopp de Barbosa não tem levado de Maquiavel de botequim


Por Máximo



Lula não é um signo qualquer. É modalidade simbólica com uma finalidade social clara: uma expressão que exige regras para seu uso e aplicação. Refiro-me ao seu legado, cuja defesa anda necessitando melhoras. Qual objetivo de utilizar-se de epítetos que guardam analogia com o "sapo barbudo", que deixou de ser espantalho, mas cuja função era a mesma quando a elite brasileira não podia ouvir falar sequer em reforma? 

A incorporação de milhões de brasileiros, no esforço do pleno emprego que tanto angustia o capital preocupado com o esvaziamento do "exército industrial de reserva", ameaçado que fica o espaço pra intensificação da mais-valia, não pode servir de biombo prum vale-tudo, bem ao gosto "pós-moderno", pelo qual os meios de tão conspurcados acabam por inutilizar os fins. 


Por que desqualificar Joaquim Barbosa? A defesa do legado de Lula necessita tanto de um levado de Maquiavel de botequim? 



Certamente, não o do chopp de Barbosa,, entusiástico e popular, do Bar Luiz aqui da Carioca, que nos lembra, aliás, o bom e velho Lula.


Obs: pedi ao irmão e parceiro na feitura deste blog pra anexar a sua postagem esta minha opinião. É que divergimos sobre o Lula. Eu admiro, ele não suporta. 



Resposta: "Claro que sim, Máximo. Você deve tentar, se possível, a utilização dos vocábulos Lula e Levado no mesmo texto. É excesso de sinonímia." 

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