Por Máximo
Graciliano
Ramos, experiente na dureza do sertão nordestino, não tinha paciência para
futricas. Vinícius de Moraes, vendo-o ao fundo da livraria José Olímpio, na
Ouvidor, calado, a cara fechada, pra que não o perturbassem sequer com um bom
dia, afirmava que "o Velho não tinha paciência pra palhaçada". É o
que me ocorre quando vejo postagem como a que segue abaixo feita no facebook.
Caetés é o título do primeiro romance do Velho Graça. Curare é veneno de índio.
A conexão evidente é que, menos que flechadas ou zarabatanas, a farpa de
postagens desse tipo não passa de veneno mesquinho de preconceituosos que temem
a independência de indivíduos que se afirmaram sem prestar vassalagem. Reparem:
"esse ministro destemperado, (sic) fez sucesso junto ao povão, a massa que
faz questão de ser ignorante e não pensar".
Um desprezo mais do
que anacrônico, filho da república oligárquica, filho da doutrina de segurança
nacional, em que ao povo nada mais cabe senão produzir e ser conduzido por uma
elite cuja "autoridade" só pode vir depois de devidamente chancelada
e carimbada no passaporte do PRIMEIRO MUNDO. Escrevi em caixa alta não à toa.
Só o uso da expressão já reflete a noz a que se reduz o tamanho do cérebro dos
seus autores. São os mesmos que bastam dizer que são "chiques", pra
que saibamos ao que vieram: bajuladores, oportunistas, espreitadores de
sinecuras.
Estou certo de que
tudo decorre a um estilo tributário ao de Gilmar Mendes a quem Joaquim Barbosa
não teve travas pra enfrentar, ao vivo, em plena TV Justiça. Agora o primo do
Collor vem dizer que Barbosa não está à altura de presidir a mais alta corte do
país. Ao contrário, é o que necessita tal corte, expressão mais bem acabada da
conciliação pelo alto que caracteriza nossa tradição patrimonialista e
personalista. Do que precisa é alguém que lhe explicite as contradições, que
exponha os intestinos pútridos de um país que prefere Machado de Assis a Lima
Barreto. O "bom crioulo", desta vez, não irá morrer no Hospício.
Prefere o Bar Luiz, cujo chopp, de resto, é uma maravilha.
SRN
..........................
Joaquim Barbosa, aquele que bate em mulher!!
| author: Gusta
Em 2008, Joaquim Barbosa xingou o ministro Eros Grau, 68 anos, de"velho caquético", e chamou-o para a briga. Grau, lembrando um boletim de ocorrência registrado pela então mulher de Barbosa, foi duro:
"Para quem batia na mulher, não seria nada estranho que batesse num velho também".
Hoje, esse ministro destemperado, fez sucesso junto ao povão, a massa que faz questão de ser ignorante e não pensar:
Relata Lauro Jardim, no Radar:
Joaquim Barbosa e o teste das ruas
Joaquim Barbosa, que sugeriu a Gilmar Mendes andar pelas ruas, acaba de passar pelo teste que propôs ao desafeto. Barbosa almoçou acompanhado de três amigos no tradicionalíssimo Bar Luiz, um restaurante no Centro do Rio de Janeiro, fundado em 1887.
Tomou dois chopes e comeu um filé bem passado com salada de batatas. Ao final da refeição, de sua mesa até a porta teve que parar em todas mesas por que passou: os comensais levantavam-se estendiam-lhe as mãos e mandavam um "parabéns" ou um "muito bem, ministro".
Em seguida, caminhou pela Rua da Carioca, sempre cumprimentado. Parou para tomar um cafezinho de pé. Mais saudações. continua>>
Tsc...tsc...tsc...Lamentáv
Nenhum comentário:
Postar um comentário