sábado, 6 de outubro de 2012

Curare e o "Bom Crioulo" do Supremo


Por Máximo

Graciliano Ramos, experiente na dureza do sertão nordestino, não tinha paciência para futricas. Vinícius de Moraes, vendo-o ao fundo da livraria José Olímpio, na Ouvidor, calado, a cara fechada, pra que não o perturbassem sequer com um bom dia, afirmava que "o Velho não tinha paciência pra palhaçada". É o que me ocorre quando vejo postagem como a que segue abaixo feita no facebook. Caetés é o título do primeiro romance do Velho Graça. Curare é veneno de índio. A conexão evidente é que, menos que flechadas ou zarabatanas, a farpa de postagens desse tipo não passa de veneno mesquinho de preconceituosos que temem a independência de indivíduos que se afirmaram sem prestar vassalagem. Reparem: "esse ministro destemperado, (sic) fez sucesso junto ao povão, a massa que faz questão de ser ignorante e não pensar". 

Um desprezo mais do que anacrônico, filho da república oligárquica, filho da doutrina de segurança nacional, em que ao povo nada mais cabe senão produzir e ser conduzido por uma elite cuja "autoridade" só pode vir depois de devidamente chancelada e carimbada no passaporte do PRIMEIRO MUNDO. Escrevi em caixa alta não à toa. Só o uso da expressão já reflete a noz a que se reduz o tamanho do cérebro dos seus autores. São os mesmos que bastam dizer que são "chiques", pra que saibamos ao que vieram: bajuladores, oportunistas, espreitadores de sinecuras.

Estou certo de que tudo decorre a um estilo tributário ao de Gilmar Mendes a quem Joaquim Barbosa não teve travas pra enfrentar, ao vivo, em plena TV Justiça. Agora o primo do Collor vem dizer que Barbosa não está à altura de presidir a mais alta corte do país. Ao contrário, é o que necessita tal corte, expressão mais bem acabada da conciliação pelo alto que caracteriza nossa tradição patrimonialista e personalista. Do que precisa é alguém que lhe explicite as contradições, que exponha os intestinos pútridos de um país que prefere Machado de Assis a Lima Barreto. O "bom crioulo", desta vez, não irá morrer no Hospício. Prefere o Bar Luiz, cujo chopp, de resto, é uma maravilha. 

SRN


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Joaquim Barbosa, aquele que bate em mulher!!
| author: Gusta
Em 2008, Joaquim Barbosa xingou o ministro Eros Grau, 68 anos, de"velho caquético", e chamou-o para a briga. Grau, lembrando um boletim de ocorrência registrado pela então mulher de Barbosa, foi duro: 
"Para quem batia na mulher, não seria nada estranho que batesse num velho também".

Hoje, esse ministro destemperado, fez sucesso junto ao povão, a massa que faz questão de ser ignorante e não pensar:
Relata Lauro Jardim, no Radar:
Joaquim Barbosa e o teste das ruas
Joaquim Barbosa, que sugeriu a Gilmar Mendes andar pelas ruas, acaba de passar pelo teste que propôs ao desafeto. Barbosa almoçou acompanhado de três amigos no tradicionalíssimo Bar Luiz, um restaurante no Centro do Rio de Janeiro, fundado em 1887.

Tomou dois chopes e comeu um filé bem passado com salada de batatas. Ao final da refeição, de sua mesa até a porta teve que parar em todas mesas por que passou: os comensais levantavam-se estendiam-lhe as mãos e mandavam um "parabéns" ou um "muito bem, ministro".
Em seguida, caminhou pela Rua da Carioca, sempre cumprimentado. Parou para tomar um cafezinho de pé. Mais saudações. continua>>
Tsc...tsc...tsc...Lamentável!!!

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