domingo, 28 de outubro de 2012

Hoje é o Dia da Nação Rubro-Negra

Por Vinícius de Moraes

Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Junior, Andrade, Adílio e Zico; tita, Nunes e Lico.

SRN


sábado, 27 de outubro de 2012

"Só Por Hoje"

Por Máximo

"Só por hoje" é um lema que todo adicto conhece, na limpidez cristalina em que não há brilho nem se dá um teco, tampouco o primeiro gole. Só por hoje, porque a clareza também se faz necessária ante a gordura espessa da irresponsabilidade de quem fala sobre o que não conhece. É muito simpático falar de liberdade e acusar o prefeito, que pode ser alvo de tudo, menos de tentar salvar uma craqueira (desculpem-me, mas sem chance pra eufemismos corretos). Droga (álcool também é, embora não pareça) quando entra na pista não se sabe qual o limite. Para alguns, o valor atingido pode parecer irrelevante para outros. E aí a busca da ajuda, "não dá mais", muitas vezes só restando a mãe (como escreveu Marcelo Rubens Paiva para outro contexto: "mãe é a única instituição que não faliu, ainda"). Craqueiros parecem atravessar uma fronteira para além do humano. Perderam o referencial, até a capacidade de se sentir atingidos. Trata-se de um problema de saúde pública, coletiva, e como tal não pode ficar mais circunscrito ao âmbito do privado. Surpreende marxistas (será que são ou leram apenas orelhas de livro?) se utilizaram do "privado" justo nesta questão. 

SRN


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

‎"Que grande jogador nós perdemos pra cocaína."

Por Máximo




Foi Pelé quem vestiu o Manto, mas Maradona talvez estivesse Nele muito mais à vontade. Ouvi-lo falar sobre a cocaína, as contradições explícitas de um humano que, de fato, conheceu o calvário. Em Pelé, a memória quer o sagrado, em Maradona, sua história é profana. E a função da história é justo desmitificar a memória, denunciar-lhe o engodo, expor-lhe as vísceras. 

O argentino nos esclarece expondo-se. Fala do gol contra a Inglaterra, o maior de todos as copas, bem como sua atuação, a maior, individualmente, de todas as copas, carregando literalmente nas costas um time medíocre, o da Argentina em 1986. Disse tratar-se de um gol óbvio. Porque era ele. Fora do campo ele era a cocaína, que o limitava. E conclui:

"Que grande jogador nós perdemos pra cocaína."

Curioso como todo adicto possui sempre uma culpa impossível à expiação: a do desperdiçar-se. E, ao fim, resta a idade, pouco mais ou menos, meio século. 

Valeu Maradona. Grande canhoto. O Maior jogador que vi. Dia 31 faz 52 anos.

SRN

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Barbosa Não É Juiz de Disputa de Memória


Por Máximo



Não vejo em Barbosa um árbitro de disputa de memórias. Ele não é historiador, mas juiz - o que,  antes, não o impede de sensibilidade política. Custa-me crer que Barbosa faça o jogo de tipos como o que responde à filha do Genoíno, embora deva saber muito bem que nada na sociedade é desinteressado.

O espantalho moralista sempre foi um instrumento de poder. Classes médias não são à toa permeáveis: fiéis da balança, têm seus fantasmas ardilosamente estimulados por golpistas que a ameaçam justo com um retorno às próprias origens: acaso profissionais liberais querem deixar de ter empregadas domésticas, ou se quiserem, abandonariam hábitos patrimonialistas históricos?

A construção do fato histórico, como aprendo aos trancos e barrancos, implica reconhecer na evidência um suporte de relações. A apropriação do sentido da ação de Barbosa, se pode dar vazão ao idiota que responde à filha do Genoíno, não obscurece a arrogância irresponsável, atrabiliária, de um grupo que entendeu Lenin na terra do Tiririca. Até um ex-gordo de bufonaria participava com sua ária de rapina afiada, acostumada que era a servir a qualquer governo, desde que - é natural - com a remuneração devida. 


Barbosa deveria evitar o óbvio?

Como um sujeito que está mais pra anarquia, que não se acostuma com nada que começa a se cristalizar, tanto que gosta muito dos amigos, mas gosta mais ainda quando eles vão embora, (plagiando o pai de Picasso), fico muito satisfeito e compartilho com Barbosa ser alvo de ataques tanto à direita, quanto à esquerda. Curioso, não?

SRN