Por Máximo
Não vejo em Barbosa um árbitro de disputa de memórias. Ele não é historiador, mas juiz - o que, antes, não o impede de sensibilidade política. Custa-me crer que Barbosa faça o jogo de tipos como o que responde à filha do Genoíno, embora deva saber muito bem que nada na sociedade é desinteressado.
O espantalho moralista sempre foi um instrumento de poder. Classes médias não são à toa permeáveis: fiéis da balança, têm seus fantasmas ardilosamente estimulados por golpistas que a ameaçam justo com um retorno às próprias origens: acaso profissionais liberais querem deixar de ter empregadas domésticas, ou se quiserem, abandonariam hábitos patrimonialistas históricos?
A construção do fato histórico, como aprendo aos trancos e barrancos, implica reconhecer na evidência um suporte de relações. A apropriação do sentido da ação de Barbosa, se pode dar vazão ao idiota que responde à filha do Genoíno, não obscurece a arrogância irresponsável, atrabiliária, de um grupo que entendeu Lenin na terra do Tiririca. Até um ex-gordo de bufonaria participava com sua ária de rapina afiada, acostumada que era a servir a qualquer governo, desde que - é natural - com a remuneração devida.
Barbosa deveria evitar o óbvio?
Como um sujeito que está mais pra anarquia, que não se acostuma com nada que começa a se cristalizar, tanto que gosta muito dos amigos, mas gosta mais ainda quando eles vão embora, (plagiando o pai de Picasso), fico muito satisfeito e compartilho com Barbosa ser alvo de ataques tanto à direita, quanto à esquerda. Curioso, não?
SRN
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