quinta-feira, 25 de outubro de 2012

‎"Que grande jogador nós perdemos pra cocaína."

Por Máximo




Foi Pelé quem vestiu o Manto, mas Maradona talvez estivesse Nele muito mais à vontade. Ouvi-lo falar sobre a cocaína, as contradições explícitas de um humano que, de fato, conheceu o calvário. Em Pelé, a memória quer o sagrado, em Maradona, sua história é profana. E a função da história é justo desmitificar a memória, denunciar-lhe o engodo, expor-lhe as vísceras. 

O argentino nos esclarece expondo-se. Fala do gol contra a Inglaterra, o maior de todos as copas, bem como sua atuação, a maior, individualmente, de todas as copas, carregando literalmente nas costas um time medíocre, o da Argentina em 1986. Disse tratar-se de um gol óbvio. Porque era ele. Fora do campo ele era a cocaína, que o limitava. E conclui:

"Que grande jogador nós perdemos pra cocaína."

Curioso como todo adicto possui sempre uma culpa impossível à expiação: a do desperdiçar-se. E, ao fim, resta a idade, pouco mais ou menos, meio século. 

Valeu Maradona. Grande canhoto. O Maior jogador que vi. Dia 31 faz 52 anos.

SRN

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