sexta-feira, 30 de março de 2018

Pra que mediador se podemos ir direto a Deus?

Marielle é lembrar de Jesus. Ia seguir nessa linha, mas havia acabado de ler a reportagem, Foco na atuação política, de Carina Bacelar, no Globo. Jesus, hoje, anda na boca de muito mbl, devoto da lei, da ordem, da moral de compartilhamento de fraude em massa e do bom costume de adular general. Pra que, então, usar mediador se podemos ir direto a Deus? E Ele fala. Segundo cita Carina: 

"Não há dúvida de que a atuação política dela, o que ela representa politicamente, não só no momento, mas até a projeção de futuro do que ela poderia representar, indica que a gente tem que ter um olhar mais acurado nessa direção. Isso é inegável."

O general Nunes é secretário de segurança da intervenção na minha Cidade. Não há nele nada que indique um "esquerdopata".


O que resta ao ator "trash"?

Vivemos uma conjuntura regressiva. A violência parece uma linguagem. Da política à economia, esclarecemos expondo cadáveres. Temer há muito é uma alma penada, e não há meia-noite que o redima. O filme que protagoniza, embora vagabundo, estoura o orçamento cada vez que é preciso compensar com efeitos especiais o péssimo desempenho daqueles atores de segunda. A "governabilidade" é o mais caro. O Vampiro, que sempre "morre" no final, poderia abreviar a agonia da produção. Mas, o ator principal, neste caso, não conseguiria emprego nem em teatrinho de festa de criança. Poderia ocorrer-lhe fazer um bico, figuração de fundo em um cenário cinematográfico para cuja trama colaborou. O "trash" perderia a graça. Mas, o Estado democrático de direito não é um roteiro.


domingo, 25 de março de 2018

Mendicância na saúde?

Preocupa o futuro de Sérgio Côrtes, secretário de saúde do Cabral. Com o nervo mediano comprimido, impedindo o movimento de pinça indispensável ao cirurgião, não sabe como irá ganhar a vida após a cadeia. Não acredito na mendicância. Afinal, como ele mesmo diz ao Globo hoje, nada é pior do que ter vergonha do próprio nome. Além disso, não prejudicou o estado, tampouco a população carioca que se estropia nos hospitais. A propina que levou, segundo afirma, não veio de superfaturamento: "eu nunca repassei custos de tributos (nas compras da secretaria). O dinheiro vinha da margem de lucros das empresas que operavam no exterior." 

É verdade. Coitado do cara. Essa margem não tem nada a ver com superfaturamento nem com licitações fraudadas. Tem fonte independente, perfeitamente lícita...


sexta-feira, 23 de março de 2018

A Terra é plana...

A Terra não pode mesmo ser redonda, da forma de uma bola. 

Se pudesse, Satanás estava certo. 

E a prova está em que a Rússia joga futebol. Que o Tite, em satisfeito titês, avaliza...

SRN


quarta-feira, 21 de março de 2018

Fragmentação orientada?

Adorno, Horkheimer, Fernando Henrique, o Globo, Facebook, Google, Apple, Amazon. Uma sequência que me ocorre na leitura de Gigantes pouco transparentes - texto assinado por Pedro Doria, hoje, em o Globo e que diz respeito à dicotomia fragmentação e sistema. O texto de Pedro Doria favorece os alemães, em detrimento do cerne interpretativo de Fernando Henrique, pra quem a fragmentação impede a orientação num mundo digital em que o imaginário é construído de modo volátil, fútil e, rapidamente, consumível. Pode ser, mas ainda há sistema. Trata-se da fragmentação que ilude aquilo que Adorno e Horkheimer chamaram de aparência do "caos cultural" próprio da "cultura contemporânea [que] a tudo confere um ar de semelhança." Não se deve separar a tecnologia do "sistema do qual se pode deduzir toda e cada coisa." 



Facebook, Google, Apple, Amazon não só definem fronteiras pra ONU, como também, segundo Doria, "têm o mesmo poder de interferência política atribuída a grandes nações. Parecem ter o poder de mudar os rumos da política." Quanto devem, segundo Doria, a essas gigantes o Brexit e Trump? Fragmentação orientada? O próprio Doria parece duvidar: "não é claro, sequer, que elas próprias saibam como suas plataformas interferem." 

Tranquilo.

SRN

domingo, 18 de março de 2018

O General, Bolsonaro&Malafaia

Há alguns domingos, no Canal Livre da paulista Bandeirantes, o general Heleno, comandante da missão militar do Haiti, disse que votaria em Bolsonaro. Mas, não ficou só nisso. Disse que defendia, como "regra de engajamento", a liberdade do militar "na cena" pra abater quem portasse um fuzil. É evidente que é mole escrever sem compromisso, na leviandade do facebook e protegido em casa de fuzil e tiroteio. Apenas acho que a intervenção na minha Cidade parece dar uma ênfase silenciosa à suspensão de direitos e à ideia de tipos como Bolsonaro & Malafaia (hoje, em reportagem de O Globo, em aliança firmada, de modo que Malafaia já anuncia que irá mobilizar seus dois milhões de seguidores pra atacar os adversários) pra quem os direitos humanos são um estorvo à política de segurança. 


É, por isso, nesse contexto que, de restou, os assassinou, que a execução de Marielle e do Anderson tem de ser politizada à exaustão.