quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Getúlio x Castelo; Perón x Videla

Por Máximo




Gosto muito da Argentina. Da altivez, sobretudo. Lembro-me do Canhoto Genial, Maradona, os problemas físicos arrastando-o, e ele levando seu time à final contra a Alemanha, na copa de 90. Uma copa pavorosa não poderia ser resolvida senão como foi: um penalti muito suspeito batido pelo lateral esquerdo alemão com nome de cerveja. Resultado: 1 x 0 pra Alemanha. E havelange, blatter, marin e vírus anexos vingavam-se do audacioso "Pibe de Ouro" que não se curvava aos donos do poder da bola sem chuteira. 


Agora mesmo, para Brasil V, no último período da UERJ, lendo "Crises da República:1954, 1955 e 1961", de Jorge Ferreira, dois projetos de nação em disputa, a partir do do fim do Estado Novo, atravessavam todo o período da experiência democrática que o Brasil vivera de 1945 a 1964: nacional-estatismo e liberal-conservador. Crises que não podem ser compreendidas sem que se conheça o contexto que as possibilitou e cuja referência estava na rejeição do liberalismo pela intervenção do Estado na organização da vida nacional ao longo da década de 30 e primeira metade da década de 40. Cumpre notar a recorrente angústia liberal, emulando com as Forças Armadas, pois visava o "saneamento da política". E "sanear" confundia-se com extirpar os direitos políticos e sociais alcançados pelos trabalhadores. Inconcebível "cidadania social" via "getulismo". O que limpa e revigora é mesmo um golpe. 


Curioso como se sai do texto pensando como sempre se quer determinar o modo certo do que o outro deve pensar. De fato, Maradona não tinha nascido para ver a primeira partida da Copa Roca do time do PTB, de Getúlio contra a ESG, de Castelo. Mas, quase que disputa, com 17 anos, a Copa de Videla que queria esquecer Peron.


SRN

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