Por Máximo
O símbolo tem a força de contribuir para eliminar a violência. E sua apropriação, na descontinuidade do desenrolar da história, repõe sentidos. Rubro-Negro, também tenho um sonho, que é um desejo, justo também uma das dimensões do símbolo sobre a razão e análise. Aqui permito-me até a boa vontade, que não se confunde com a ingenuidade. Quantas consequências significativas não podemos aspirar da mão afetiva de Obama sobre a bíblia de Martin Luther King?
SRN
"Eu digo a vocês hoje, meus amigos, que embora nós
enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã, eu ainda tenho um sonho. É um
sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado
de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos,
que os homens são criados iguais.
Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos
descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos
poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que
transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será
transformado em um oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma
nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu
caráter. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu
governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse
justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com
meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e
montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares
tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne
estará junta.
Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé
nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta
fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma
bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos,
rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade
juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia
quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.
"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.
Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,
De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"
E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.
E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New
Hampshire.
Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.
Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.
Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.
Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.
Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.
Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.
Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.
Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.
E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando
nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em
toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de
Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e
católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:
Livre afinal, livre afinal.
Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."
Discurso de Martin Luther King, 28 de agosto de 1963
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