Por Máximo
Sempre que se fala do holocausto não há outro modo que não seja o absoluto, na interdição que o instalou, definitivamente, no tabu. De fato, o horror em sua manifestação concreta não pode nunca ser diferente, ou não deveria poder depender de outras circunstâncias para a sua condenação absoluta. Mas, entre o que se quer e o que se pode, a realidade insiste com contradições que necessitam superação por forças materiais. O horror do holocausto contou, certamente, a fim de instalar-se na memória do sagrado, com a posição de poder que a comunidade judaica sempre busca ocupar para manter viva a lembrança.
O Cemitério dos Pretos Novos, ali no Valongo, é o nosso holocausto que não dispõe, entretanto, de visibilidade. Trazidos na Diáspora, os negros, sem condições físicas de se tornarem mercadoria, eram, muitas vezes, deixados ainda vivos, como monturos, no que é hoje o Cemitério dos Pretos Novos.
SRN
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