quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A Copa de Cabeça pra Baixo

Por Máximo



“O Mundo de Cabeça pra Baixo” seria o título correto, se o livro de Christopher Hill recebesse tradução carioca. Mas, é o tal negócio... e aqui, na adaptação para o que importa na crítica da copa de Blatter, Marin e vírus anexos, vai na veia. Seguinte:

O livro de Hill, “O Mundo de Ponta-Cabeça, ideias radicais durante a Revoução Inglesa de 1640,  faz um estudo da Revolução Inglesa, de 1640, a partir da base, conforme o próprio título,  com ênfase nos grupos populares, irreligiosos, anticlericais, como os levellers, diggers, familistas, anabatistas, entre outros, os quais se tivessem se imposto, ao invés do triunfo da ideologia da gentry e dos grandes comerciantes, a Revolução teria conhecido um sistema comunal de propriedade, democratização política e institucional efetivamente popular, fim da Igreja Anglicana como religião oficial e repúdio à ética protestante. Como seria um mundo desse modo,  livre da hegemonia do lucro?

Esta é uma pergunta cuja resposta também não dispensa meião e chuteira. Não sei, mas, é provável que Hill gostasse de futebol e torcesse para o Manchester; ainda assim continua útil para análise de 2014 o que escreve na introdução do seu livro:

“A história precisa ser reescrita a cada geração, porque embora o passado não mude, o presente se modifica; cada geração formula novas perguntas ao passado e encontra novas áreas de simpatia à medida que revive distintos aspectos das experiências de suas predecessoras.”

E faz as ilações: “Os levellers quando a democracia política se estabeleceu na Inglaterra em finais do século XIX e inícios do XX. Os diggers (...) aos socialistas do nosso século [XX].”

Massera, Havelange, Videla e a copa de 78. Será que Cabral e Paes não têm nenhuma pergunta a fazer?


SRN

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