Por Máximo
“O Mundo de Cabeça pra Baixo”
seria o título correto, se o livro de Christopher Hill recebesse tradução
carioca. Mas, é o tal negócio... e aqui, na adaptação para o que importa na
crítica da copa de Blatter, Marin e vírus anexos, vai na veia. Seguinte:
O livro de Hill, “O Mundo de
Ponta-Cabeça, ideias radicais durante a Revoução Inglesa de 1640, faz um estudo da Revolução Inglesa, de 1640, a
partir da base, conforme o próprio título,
com ênfase nos grupos populares, irreligiosos, anticlericais, como os
levellers, diggers, familistas, anabatistas, entre outros, os quais se tivessem
se imposto, ao invés do triunfo da ideologia da gentry e dos grandes
comerciantes, a Revolução teria conhecido um sistema comunal de propriedade,
democratização política e institucional efetivamente popular, fim da Igreja
Anglicana como religião oficial e repúdio à ética protestante. Como seria um
mundo desse modo, livre da hegemonia do
lucro?
Esta é uma pergunta cuja resposta
também não dispensa meião e chuteira. Não sei, mas, é provável que Hill
gostasse de futebol e torcesse para o Manchester; ainda assim continua útil
para análise de 2014 o que escreve na introdução do seu livro:
“A história precisa ser reescrita
a cada geração, porque embora o passado não mude, o presente se modifica; cada
geração formula novas perguntas ao passado e encontra novas áreas de simpatia à
medida que revive distintos aspectos das experiências de suas predecessoras.”
E faz as ilações: “Os levellers
quando a democracia política se estabeleceu na Inglaterra em finais do século
XIX e inícios do XX. Os diggers (...) aos socialistas do nosso século [XX].”
Massera, Havelange, Videla e a
copa de 78. Será que Cabral e Paes não têm nenhuma pergunta a fazer?
SRN
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