Millôr

Por Máximo

Parati, Paratodos: trocadilho sempre é a pior forma de humor. Aliás, não é humor, assim como a desegraph não é caneta nanquim. 

SRN, Millôr (que era pra ter sido Milton)

Gol do Alecsandro!

Por Máximo

Luxemburgo conseguiu, ao menos, consistência. A base era o losango do Telê, evidente sem a qualidade, mas valeu. O Botafogo começou marcando pressão, e o time não tinha saída de bola. Alecsandro jogava no meio-campo, mas sentiu a oportunidade e se infiltrou fazendo de cabeça no cruzamento do João Paulo. No segundo tempo, Luxemburgo botou Negueba, que não funcionou na saída pro contra-ataque e Alecsandro fixo, de centro-avante, segurando a defesa do Botafogo. 

O problema é este maracanã de blatter, marin e vírus anexos, sem geral, sem cadeira, uma rampa de assentos plastificados até o campo. Parece campo de society. Ainda bem que a torcida está se apropriando e cancelou a palhaçada de assento marcado no setor norte.

SRN

"Linhagens do Estado Absolutista" / Perry Anderson

Por Máximo

Excelente leitura antes de ir pro maracanã do blatter, marin e vírus anexos dar uma força pro Flamengo. Anderson fecha o prefácio justificando a escolha do Estado como tema de reflexão. Recorre ao materialismo histórico pra dizer que a luta de classes se resolve na política e que as transformações, no tempo, do Estado manifestam "as modificações básicas nas relações de produção". Explica, pois, o motivo por que considera ainda muito importante estudar uma "história a partir de cima - do intrincado mecanismo de dominação de classe". Nisso aproxima-se de Bobbio, em que li no "Dicionário da Política" que classe só existe historicamente "para si", ou seja, "classe em si" é um agrupamento com unidade de interesses, ao passo que "classe para si" é um grupo organizado pra defender, na política, os seus próprios interesses. 

A verdade é que se tem de ser muito Rubro-negro, pra, na chuva e frio, ir ver esse time agora com Luxemburgo. Mas, é o Manto. Sagrado. Linhagem Absoluta.

SRN

Virou Cartum

Por Máximo

Era charge, antiga, publicada alguns anos no Ludopédio, www.ludopedio.com.br; agora - parece - virou cartum.

SRN

A Despeito de Mano Francos e Anexos, RUBRO-NEGROS

Suvinil

Somos Todos Vira-latas?

Agora a Crítica

Por Máximo

É evidente que a Dilma é muito melhor do que o Aécio, tanto pessoalmente, quanto pelo que representa. Mas, agora, mais do que antes, indispensável a crítica por conta de um suposto legado que o excelente futebol e a festa nacional andam insinuando sobre estádios caros, quando não inúteis, por conta apenas de 30 dias. 

O pior dos mundos também é tentar usar a boa impressão dos estrangeiros como se isso fosse argumento suficiente. Vira-lata, ao contrário, conforme disse o jornalista Juca Kfouri, 

Justamente, quem gosta de futebol não vai acreditar na necessidade de uma "arena" como a que foi feita em Manaus, onde os clubes que lá havia só funcionaram, sobretudo o Nacional, na época da ditadura, da época de um brasileiro com cento e tantos clubes, sob o lema: "quando a Arena vai mal, mais um clube no nacional". Isso pra não falar da cereja do bolo do 'modelo inglês" (já sob crítica e revisão na própria Inglaterra), do futebol feito pra tv paga e das "arenas gentrificadas": o maracanã de blatter, marin e vírus anexos.

SRN

Foto pra Dona Lúcia

Por Máximo

A Gonzaga Bastos é uma rua que começa na Tijuca, na Barão de Mesquita e termina em Vila Isabel, na 28. E o terrífico quartel da PE, centro de tortura da ditadura, onde foi assassinado Rubens Paiva e torturada, entre outros,a Presidente Dilma, fica no início da rua. Resolvi dar uma caminhada e, ao invés de ir pro maracanã do blatter, marin e vírus anexos, sem disposição pra mostrar conta de luz comprovando residência no bairro, tive a ideia de tirar a foto do quartel em homenagem à Dona Lúcia, que acredita nessa cúpula da CBF, de bajuladores do delegado fleury, de admiradores de pinochet e de inteligências corteses para as quais "a CBF é o Brasil que deu certo." 

SRN

Dona Lúcia Visita a Granja

Djanira na Copa

Por Máximo

Até o dia 20 de julho de 2014, a Caixa Cultural, na Carioca, apresenta a exposição "Djanira – Pintora Descalça", em comemoração ao centenário de nascimento da artista paulista. 

SRN

Marx Kross

Por Máximo

Esse 7 x 1 foi a expressão do materialismo dialético: a negação da negação. A seleção de 82 foi negada, porque "arte não dá título". Seguem-se Lazarone, Parreira, Zagallo, Dunga, "Família Scolari", Teixeira, Marin e vírus anexos. E o resumo da negação desses 24 anos, a "Família Scolari" e "A CBF é o Brasil que deu certo", agora é negado por Marx Kross no latifúndio improdutivo do meio-campo do Mineirão. Qual será a nova síntese?

SRN

Brasil e Argentina

Por Máximo

Brasil e Argentina têm mesmo muitas coisas em comum com a Alemanha. Respectivamente, os 7 x 1 e um Papa aposentado.

SRN

Bob Field Parreira

Por Máximo

Cortesia e inteligência sempre acompanharam as referências áulicas a Parreira. Ontem, o que se viu foi que têm tanta consistência quanto a declaração da marca Neymar e da "dor" do futuro candidato ao senado pelo PMDB do Maranhão, David Luis, "ao tão sofrido povo brasileiro". Seguinte:

Elogia o planejamento a longo prazo do futebol alemão, como se não fizesse parte da cúpula do futebol brasileiro há mais de 40 anos. Lembra-me Roberto Campos que culpava a esquerda pelos males da economia da ditadura, como se fosse a esquerda a responsável pelo poder do qual, cinicamente, Bob Field fizera parte. 

"A CBF é o Brasil que deu certo." Uma entidade que tem a cúpula que tem, Teixeira, Marin e vírus anexos, se pode ser considerada exemplo, é melhor fazer como Noel quando o garçom limpava a mesa. Uma organização que, ao contrário do "planejamento alemão", seu novo credo, nunca se preocupou com a formação de jogadores, pouco está ligando pros clubes e resolveu seguir o exemplo inglês de transformação do futebol em espetáculo de televisão e "gentrificação' das "arenas".

E o que é mais cínico: 

Quantas vezes não ouvimos, dele e do seu fiel Amuleto (13), que o que importava era ser campeão, vencer a copa, a exemplo da aporrinhola que nos inundou em 94 e da regressão agressiva de 98- "agora faltam 4, 3, 2, 1" até que, de fato, tivemos de engolir o vareio da França do Craque, este, sim um "Fenômeno", sem assessoria de imagem, Zidane. Tudo pra desqualificar a Grande arte de 82, que "não ganhara nada".

Parreira é tão inteligente que não percebeu que a Holanda de 74 e a seleção de 82 são mais lembradas do que os títulos de 94 e 2002. Inteligência tão brilhante, capaz da esperteza mesquinha de tentar atribuir a este timeco de fancaria de amarelo de pelada de paralelepípedo estatuto semelhante ao alcançado pelas duas Grandes Seleções.

Saudaçoes Rubro-Negras com sotaque de Berlim

Com os Pés no Senado

O Rei Está Nu

"Queremos agradecer a todo o povo brasileiro por nos ter coberto de mensagens de agradecimento."

Zizinho e o Caboclo Sete Flechas

Por Máximo

Saltei do 433, na Praça Sete, e, voltando pela 28, vi a porta do sobrado do Caboclo Sete Flechas aberta e resolvi subir pruma consulta. Estava lá o Zizinho, muito puto com a entrevista do beque do pinochet:

"Ligação direta, em futebol, já é ruim, mas a desse time de amarelo parecia a da Telerj na época em que telefone valia um apartamento. Não perdemos da Croácia por generosidade do árbitro. Com o México, aquela morrinha de jogo pavorosa. Bater em Camarões é como bater em morto ou ser orientado intelectualmente pelo Galvão e pelo "Fenômeno". Contra a Colômbia, ganhamos através de duas bolas paradas, com gols de zagueiro. Aliás, David Luiz e Thiago Silva, o nosso "meio-campo", jogariam comigo, mas não ao meu lado, mas lá trás, como zagueiros, que é o que eles são. Mais alguma coisa, Máximo?"

Não, Mestre Ziza, Saudações Rubro-Negras

Da Seleção de 82, Há Vídeos; da Ditadura, as Consequências

Alexandro Amorin se gradua agora em História, neste semestre,na UERJ, e tem pouco mais ou menos a idade do Oscar e do Neymar. Não viu, portanto, a seleção de 82, como também não foi adolescente sob a ditadura. Da primeira, felizmente, há videos, da segunda, infelizmente, as consequências, que nos dá, de resto, também Parreira, cuja fleugma, sempre tão incensada, ontem revelou-se, na entrevista do que deveria ser , mas não foi, a despedida da "família scolari", atrás da capa de quem não passa incólume à formação que recebeu na Escola de Educação Física do Exército, integrante da comissão militarizada da copa de 70.

Diz aí, Alexandro e SRN:

"Podemos escrever essas coisas com todo conforto, pois batemos nessa tecla há bastante tempo. Agora, o que tem de abutre mudando de lado, se tornando crítico de tais excrecências tão somente em função do resultado. Cabe ressaltar que esse "camaleonismo" não só se observa na imprensa esportiva, mas está presente por todos os lados. Tais pessoas não diferem em nada de Scolari e Parreira. O resultado, para esse tipo de gente, é tudo. Não tenho a menor dúvida de que esses mesmos que hoje tecem loas ao futebol alemão, em caso de revés para a até então pragmática Argentina de Sabella no domingo, dirão que o jogo bonito empreendido pelo time Löw não é eficiente. Agora, os mais bizarros são os que em cima do massacre do Mineirão sentenciam nas capas dos jornais "o fim da cultura do improviso" ("os germanos dos trópicos", como já foram nomeadas as bestas que frutificam nos veículos burgueses de "informação"). Estes últimos são a miscelânea do pensamento Scolari (resultado, custe o que custar) com o complexo de vira-latas. Caro Máximo, o que foi a magia da seleção de 82 senão o improviso? O que foi o recurso do passe de calcanhar de um tal Doutor senão o improviso? O que foi a batida na bola de Zico senão o improviso? E o Peixe frito? Puro improviso! Encerro dizendo para esses que o principal motivo de a Alemanha nos botar na roda foi que os métodos de Scolari e sua trupe cerceiam o improviso. Nesse modelo, para apontar um exemplo, Oscar vira marcador de lateral. Portanto, voltemos a improvisar!"

"A CBF é o brasil que deu certo." / Parreira

Por Máximo

Lazarone, Parreira, Zagallo, "Família Scolari', Teixeira, Marin, Del Nero, Blatter, Fifa. Trata-se de um arrivismo estúpido e produtivista que dilui interesses meramente privados sob um patriotismo de fancaria. Uma "ESG" da bola, em que ser crítico desse futebol significa praticar a "subversão', como se fôssemos o "inimigo interno". 

Este treineiro encarnou isto como ninguém, ao chegar a dizer da recuperação do "civismo" pelas "criancinhas cantando o hino nacional. Se lesse alguma coisa, além de auto-ajuda, veria que isso é tão velho quanto a historiografia de Von Martius, a de despertar "virtudes cívicas". Mas, pelo andar da carruagem, o que ocorreu ontem foi uma "pane". Ou então, a explicação que é um requinte de obtusidade: "foi um jogo atípico".

Saudações Rubro-Negras

Carlos Drummond de Andrade

"Havia uma pedra no meio do caminho

No meio do caminho havia uma pedra."

Carlos Drummond de Andrade

E Hoje, Noel, com que Roupa?

Só o Silêncio É Compatível com o Ufanismo Psiquiátrico?

Totalitarismo de Chuteiras

Por Máximo

Foi excessiva a entrada de Zúñiga, tanto que produziu a consequência evidente. Reprovável. Outra seria fosse criminosa, o que exigiria punição rigorosa, o que, de resto, não implica a estupidez, a selvageria de um patriotismo nacionalisteiro, tirante à mobilização totalitária, estimulada por um jornalismo de fancaria e apoiada na leviandade do anonimato das redes sociais, do que deveria e é a maior expressão de liberdade, praticamente absoluta, tão desejada de não dependermos mais de um editor pra nos comunicarmos. 

O garoto Neymar está machucado, mas sua recuperação é só questão de tempo. 

Zúñiga também é jovem, como Neymar, e também tem uma vida pela frente.

SRN

Argentina x Holanda

O Viaduto que Caiu Ontem em Belo Horizonte também É "Normal"?

Por Máximo

A historiadora argentina, Beatriz Sarlo, desenvolve uma ideia exposta por Pollak em "Memória, Esquecimento, Silêncio". O uso do  romance feito por historiadores tem o sentido da utilização da terceira pessoa a quem o constrangimento é permitido. O personagem não necessita pudor. 

O mito Pelé funda seu próprio imaginário, produz, destarte, uma outra realidade, de modo que não pode ser avaliado pela realidade pedestre, mesquinha, banal, que enseja, por exemplo, uma ditadura. Por isso, o Edson, que se aparta - é certo - do Pelé, diz em nome deste tanto as bobagens de ontem, na ditadura, quanto as de hoje, nas obras dessa copa cujo grande futebol, bem jogado , uma maravilha, certamente será usado como justificativa para o preço megalomaníaco sempre cobrado pela Fifa. 

O viaduto que caiu ontem Belo Horizonte, matando e vitimando, também é "normal", faz parte do mesmo "fenômeno" que dispensa hospital por supérfluo?

SRN

Meus Amigos

Por Máximo

Se há um excesso de memória a um ponto, até o ponto dela ter de ser volátil, tão midiática quanto bons jogadores, apenas, mas que viram "fenômeno", por que não uma boa lembrança, "Meus Amigos"?

SRN

Uma boa leitura para a Granja Comari: Laura de Mello e Souza, historiadora

"O estudo da Ilustração nunca mais foi o mesmo, todos sabem, após o Holocausto e a investida crítica dos filósofos alemães da escola de Frankfurt. A crença ingênua no poder regenerador da razão inviabilizou-se, e nas últimas décadas do séc. XX, o pós-modernismo se empenhou em varrer os resquícios que dela poderiam ter sobrado: as ideias não seriam claras e distintas - não podendo inclusive se articular em explicações gerais -, a História não está fadada a promover o progresso e a felicidade dos homens."

SRN