quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A História também tem necessidades especiais

A História do tempo Presente (HTP) é um domínio novo na historiografia, tributária à idéia do grande historiador Marc Bloch, para quem, nas primeiras décadas do século passado, a História, História-Problema, uma vez conhecimento controlado por teorias e métodos próprios, passava a se constituir um “estudo do Homem no tempo”. E a diferença, relativamente ao que pensavam os historiadores do século XIX – “a História é o estudo do passado humano” – está justo no caráter dinâmico da análise. O passado não está mais dado, disponível, à espera de “ser descoberto” e definido de uma vez por todas. Importa agora analisar o que mudou, como mudou, o que permaneceu, porque permaneceu. Isso não é fácil, envolve a subjetividade do próprio historiador. 

Todo esse papo pra dizer que, no dia de hoje, data simbólica aos portadores de necessidades especiais, cabe encarar a necessidade que permanentemente tem a História com determinados eventos. Canudos, por exemplo. Diversas temporalidades são consideradas no recorte do tempo e espaço em que o Massacre ocorreu. Euclides da Cunha mesmo, como correspondente do jornal “O Estado de São Paulo”, segue com uma idéia, preconceituosa, e, diante do que vê, a modifica. Outras consideraram o messianismo e o anti-republicanismo do Conselheiro como um sacrilégio e uma sublevação pelo retorno da Monarquia. Os coronéis do sertão vendo sua lógica de dominação ameaçada pela experiência de autonomia de uma comunidade de sertanejos até bem pouco subservientes. 

Hoje é um bom dia pra lembrar de Canudos

SRN




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