Não
é piada de português, mas houve também uma modalidade de cordel em Portugal e a
prova é a “Coleção Arnaldo Saraiva” em exposição inaugurada hoje na Casa de Rui Barbosa, em
Botafogo. Segundo o próprio Arnaldo Saraiva, um dos palestrantes, foi o português,
que já acabou, a fonte do nosso cordel nordestino. O Historiador e Presidente
da Casa de Rui Barbosa, Manolo Florentino e Alexei Bueno, que escreve a apresentação
da Mostra, também compuseram a mesa de grandes nomes, o último ou o primeiro
dos quais, ninguém mais ninguém menos do que o embaixador Alberto Costa e
Silva, cujo nome basta. Foi ele, aliás, com sua erudição tranqüila, levemente
irônica, que nos esclarece informando que, quando de sua experiência na
Nigéria, viu que lá o cordel era um fenômeno urbano e de classe média por uma
razão muito simples: também falava de amor e amor na Nigéria era, então, uma
experiência recente, citadina, pequeno-burguesa, pois que, a exemplo da
aristocracia européia, também a tradição nigeriana arranjava os casamentos
conforme interesses de outra natureza que nada tinham com a liberdade do futuro
casal de escolherem os próprios parceiros.
Na exposição, aproveitei que estava
ao meu lado e perguntei-lhe da semelhança do desenho em um cordel português do
início do século passado com o traço do nosso caricaturista da época J. Carlos.
O embaixador disse que era emulação característica. Minha sorte foi que a Cátia
percebeu a conversa e fez a foto.
SRN
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