Não
vamos a lugar nenhum neste natal. Maravilha. A leitura atualizada.
Meirelles
ontem, em O Globo, numa entrevista de página inteira, na preparação do terreno
do candidato da “centro-direita”, reclamado por Merval. A medida provisória
(MPV 806) é citada na entrevista. Meirelles diz que não houve aumento de carga
tributária. Fui ver do que se trata. Dois documentos como fonte: a própria MPV
806 e a análise produzida pela consultoria legislativa do Congresso. Os fundos
de investimento constituídos sob a forma de condomínio fechado, com resgate
vedado durante a sua vigência, passaram a ser taxados semestralmente pra fins
de imposto de renda. Evidente o aumento com o prazo de taxação reduzido. A
maioria dos fundos ficou de fora, alcançados pela nova regra, basicamente, os
Fundos de renda Fixa e os Fundos Multimercados.
Como
isso é problema do capital, pra que perder tempo? É o gosto de ler economia,
acontecimento da História Econômica, hoje tão desprezada pela historiografia.
Ademais, um trabalhador do magistério do ensino básico de História, e tal é a
relevância na noite da Ceia de natal da nacionalidade do Fundo de Investimento
em participação (FIP).
FIP
composto por residentes no exterior “não estarão sujeitos à cobrança semestral
do Imposto de Renda.”
Proprietários
de empresa familiar que usam FIP pra “planejamento tributário e patrimonial”
tem neste agora, via MPV 806, novo estatuto: “não qualificado”, este FIP não
resgata mais pagando 15%; virou pessoa jurídica pagando 25% de Imposto de
Renda, mais 9% de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Fernando
Henrique estava certo quando escreveu que não existe capitalismo paroquial. O
negócio – e bom negócio – é a oportunidade certa de vender tudo. Dilma quis se
meter numa área exclusiva pra profissional e foi o que se viu.
Fica
a pergunta pra comer com o peru da Ceia: que diferença faz a nacionalidade do
capital que nos explora?
SRN