domingo, 24 de dezembro de 2017

Orloff

Não vamos a lugar nenhum neste natal. Maravilha. A leitura atualizada.
Meirelles ontem, em O Globo, numa entrevista de página inteira, na preparação do terreno do candidato da “centro-direita”, reclamado por Merval. A medida provisória (MPV 806) é citada na entrevista. Meirelles diz que não houve aumento de carga tributária. Fui ver do que se trata. Dois documentos como fonte: a própria MPV 806 e a análise produzida pela consultoria legislativa do Congresso. Os fundos de investimento constituídos sob a forma de condomínio fechado, com resgate vedado durante a sua vigência, passaram a ser taxados semestralmente pra fins de imposto de renda. Evidente o aumento com o prazo de taxação reduzido. A maioria dos fundos ficou de fora, alcançados pela nova regra, basicamente, os Fundos de renda Fixa e os Fundos Multimercados.
Como isso é problema do capital, pra que perder tempo? É o gosto de ler economia, acontecimento da História Econômica, hoje tão desprezada pela historiografia. Ademais, um trabalhador do magistério do ensino básico de História, e tal é a relevância na noite da Ceia de natal da nacionalidade do Fundo de Investimento em participação (FIP).
FIP composto por residentes no exterior “não estarão sujeitos à cobrança semestral do Imposto de Renda.”
Proprietários de empresa familiar que usam FIP pra “planejamento tributário e patrimonial” tem neste agora, via MPV 806, novo estatuto: “não qualificado”, este FIP não resgata mais pagando 15%; virou pessoa jurídica pagando 25% de Imposto de Renda, mais 9% de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Fernando Henrique estava certo quando escreveu que não existe capitalismo paroquial. O negócio – e bom negócio – é a oportunidade certa de vender tudo. Dilma quis se meter numa área exclusiva pra profissional e foi o que se viu.
Fica a pergunta pra comer com o peru da Ceia: que diferença faz a nacionalidade do capital que nos explora?

SRN

Nenhum comentário:

Postar um comentário