Por Máximo
O fundamento da ditadura era a lei de Segurança Nacional, do que tudo era tributário.O futebol, evidente, não escapava. Como é evidente também que havia a paixão que não admitia tamanho enquadramento, a extrapolar placebos. O tricampeonato no México também servia à ditadura e à História Política Clássica que adora prever o passado, como se os personagens não pudessem ser diferentes do que foram, benzidos pelo destino e condenados ao heroísmo. De Castelo a Geisel, passando por Golbery e Figueiredo, havia os puros da Taça que, de resto, acabou derretida pelo argentino argentário do ouro da rua da Alfândega, ao lado da CBF, em 1983, no ano seguinte à derrota da seleção de 82, estigmatizada, "jogar bonito não ganha Copa".
É um prazer a ironia que vem deste time de 82, cuja arte tão mais intensa quanto menor sua capacidade de ilustrar temporalidades distintas: dos puros da Jules Rimet do "milagre econômico", derretida, à Era do Caveirão em que aprendemos a jogar sem bola, marcando pressão e fazendo falta.
SRN
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