Dando
razão a Umberto Eco, pra quem as redes sociais deram voz aos idiotas, minha
contribuição é o prazer de pensar através do teclado. Continuação das
interpretações que se precipitam, como uma avalanche. Lá vai:
Retomar
a ordem, numa sociedade de classes, através dos mecanismos constitucionais –
ainda que aos extremos, como a intervenção na minha Cidade (na verdade, no
estado) – significa preservar os pressupostos caracterizadores do Estado
Democrático de Direito, conforme a Constituição de 88:
“Soberania,
cidadania, defesa da dignidade da pessoa humana, do valor social do trabalho,
da livre iniciativa e pluralismo político.”
Nesta
sociedade, portanto, sob intervenção federal, é provável que não ser cúmplice
nem regressivo exige insistência, a atenção concentrada ao máximo, sem
transigir, no item “defesa da dignidade da pessoa humana”, seja preto, pobre,
favelado, branco, classe média, heterossexual, homossexual, transexual,
deficiente.
A luta
política, evidente, se faz com os agentes e condições disponíveis. O
desvelamento das intenções da alegoria do Tuiuti não tem sido melhor exposta do
que nas páginas de o Globo. Curioso. Curiosas também as últimas palavras do
editorial, “Decisão inevitável” do jornal: “A intervenção irá até 31 de
dezembro. Talvez seja pouco.”
Ainda
no meu direito de confirmar Eco: alguma possibilidade, que leve ao investimento
em uma dinâmica que pode muito bem um jornal como o Globo, de uma ruptura
institucional? Seria o destino da intervenção no Rio, com o cancelamento das
eleições e a estaca em Temer?
Será
que dará pra cantar, rindo de tanta bobagem que escrevemos, Paulinho?
“Foi
um Rio que passou em minha vida...”
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