sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Confusão na Intervenção


Dando razão a Umberto Eco, pra quem as redes sociais deram voz aos idiotas, minha contribuição é o prazer de pensar através do teclado. Continuação das interpretações que se precipitam, como uma avalanche. Lá vai:
Retomar a ordem, numa sociedade de classes, através dos mecanismos constitucionais – ainda que aos extremos, como a intervenção na minha Cidade (na verdade, no estado) – significa preservar os pressupostos caracterizadores do Estado Democrático de Direito, conforme a Constituição de 88:
“Soberania, cidadania, defesa da dignidade da pessoa humana, do valor social do trabalho, da livre iniciativa e pluralismo político.”
Nesta sociedade, portanto, sob intervenção federal, é provável que não ser cúmplice nem regressivo exige insistência, a atenção concentrada ao máximo, sem transigir, no item “defesa da dignidade da pessoa humana”, seja preto, pobre, favelado, branco, classe média, heterossexual, homossexual, transexual, deficiente.
A luta política, evidente, se faz com os agentes e condições disponíveis. O desvelamento das intenções da alegoria do Tuiuti não tem sido melhor exposta do que nas páginas de o Globo. Curioso. Curiosas também as últimas palavras do editorial, “Decisão inevitável” do jornal: “A intervenção irá até 31 de dezembro. Talvez seja pouco.”
Ainda no meu direito de confirmar Eco: alguma possibilidade, que leve ao investimento em uma dinâmica que pode muito bem um jornal como o Globo, de uma ruptura institucional? Seria o destino da intervenção no Rio, com o cancelamento das eleições e  a estaca em  Temer?
Será que dará pra cantar, rindo de tanta bobagem que escrevemos, Paulinho?
“Foi um Rio que passou em minha vida...”





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