Cada vez me surpreendo com certas análises. Tudo obedece a um enredo perfeito, com folião, alegoria e passista como relógios, sem atraso nem erros. A realidade não pode só ser estimada, hipóteses formuladas, oportunidades identificadas, ameaças detectadas, com ações que não impliquem acomodação nem a fragmentação que se esquece da subalternidade?
O argumento da estatística, segundo tenho lido, pode iludir e levar a uma conclusão equivocada. Indispensável considerar a realidade que os números frios não podem demonstrar. A violência no Rio não pode ser avaliada por estatística. A começar pela posição estratégica. O Rio, como tal, é o lugar que reúne as condições exatas para acumulação própria pelo mercado de consumo local e para a estocagem e distribuição na área do entorno do Atlântico Sul. Isso significa dizer que não cabe comparar números de mortes produzidos por outras razões típicas de outras regiões com as motivações que fundamentam as mortes decorrentes do tráfico no Rio. Trata-se de um argumento convincente. Mas, o que não me convence não é o que o Temer quer fazer e sim o que ele pode fazer com a minha Cidade.
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