quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

FFAA resumem-se à polícia da minha Cidade?

A Defesa Nacional não mais se resume à autarquia. A porosidade atual exige abordagem. E a premissa defendida pelo editorial do Estadão, "Retrocesso institucional", na página ao lado em que publica o texto do almirante Flores, "A arquitetura da defesa no Brasil", está correta e justifica a crítica a Temer, agora, para o jornal, inútil por ter abandonado a reforma da Previdência. Um militar, por mais apto, não deve ocupar a pasta da Defesa. Superada a Guerra Fria, a ideia de defesa ampliada, nada melhor do que um civil para cuidar das demais dimensões que a integram: política, social, econômica. cultural, para além da questão militar, atribuição, de resto, dos respectivos comandantes das Forças.

Os militares resistem. Fica patente o constrangimento, em cenhos franzidos e monossilábicas entrevistas, nas aparições que precisam fazer à publicização dos atos públicos. O desconforto era pra ser vivido por um civil. A Política Nacional de Defesa é, como o próprio nome diz, política. Dinheiro e política, também. É o que baliza o texto do almirante, de cujo conteúdo retiro a ilação com o que pensa o Estadão. De acordo com o almirante, temos as FFAA capazes para os objetivos que o dinheiro der. E a grandeza não recomenda a mentalidade de contador. Agora a polícia, tão na moda para a farda que submete a minha Cidade:

"Vem se instilando no povo e na política a ideia de que o preparo do poder militar precisa enfatizar essa atribuição de feição policial."

O almirante acredita que estaríamos amesquinhando as FFAA para reduzi-las, limitá-las a polícias, e retirá-las do debate geopolítico da "presença nos problemas globais e regionais."
O que esperar, contudo, da alegoria do Tuiuti, fora do carnaval, assessorada pelo "gato angorá", dono da fórmula mágica, revelada como engodo eleitoral, do fim da violência em seis meses garantido em receita aviada?


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