terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Não é hora do general chancelar irresponsabilidade e leviandade bolsonaras.

Declaração impertinente do general Eduardo Villas Bôas nos Conselhos da República e de Defesa nacional, ontem, a “de que é preciso evitar no futuro uma nova Comissão da Verdade.”
O general retoma o discurso velho, que vivia na boca dos que fizeram a ditadura. Só faltou a naftalina: “revanchismo”.
Declaração que vem de encontro ao que costuma dizer o próprio general. Em entrevista recente ao Estadão, elogiou a maturidade da autonomia da democracia brasileira, sua dinâmica de pesos e contrapesos para absorver e processar conflitos sem a necessidade de quaisquer tipos de tutela, muito menos militar.
Indispensável perceber a sensibilidade da própria função pública que exerce, neste momento particular pra minha Cidade atravessada, como sempre, pelo problema nacional confuso, inconcluso, entre segurança pública e defesa nacional: a abordagem militar da proteção social. Há na favela carioca uma questão que preocupa: a natureza bélica da disputa por território, cada vez mais grave, agora com a presença de milícias, agentes públicos. Nestas condições, como operar a abordagem militar da proteção social, sem o risco da expansão do conflito num terreno de população intensa em construções geminadas? Indispensável o controle externo na garantia do pressuposto constitucional mais importante hoje do Estado democrático de Direito: a proteção à dignidade da pessoa humana.
Não é hora do general chancelar  irresponsabilidade e leviandade bolsonaras.






Nenhum comentário:

Postar um comentário