Declaração
impertinente do general Eduardo Villas Bôas nos Conselhos da República e de
Defesa nacional, ontem, a “de que é preciso evitar no futuro uma nova Comissão
da Verdade.”
O
general retoma o discurso velho, que vivia na boca dos que fizeram a ditadura.
Só faltou a naftalina: “revanchismo”.
Declaração
que vem de encontro ao que costuma dizer o próprio general. Em entrevista
recente ao Estadão, elogiou a maturidade da autonomia da democracia brasileira,
sua dinâmica de pesos e contrapesos para absorver e processar conflitos sem a
necessidade de quaisquer tipos de tutela, muito menos militar.
Indispensável
perceber a sensibilidade da própria função pública que exerce, neste momento
particular pra minha Cidade atravessada, como sempre, pelo problema nacional confuso,
inconcluso, entre segurança pública e defesa nacional: a abordagem militar da
proteção social. Há na favela carioca uma questão que preocupa: a natureza
bélica da disputa por território, cada vez mais grave, agora com a presença de
milícias, agentes públicos. Nestas condições, como operar a abordagem militar
da proteção social, sem o risco da expansão do conflito num terreno de
população intensa em construções geminadas? Indispensável o controle externo na
garantia do pressuposto constitucional mais importante hoje do Estado
democrático de Direito: a proteção à dignidade da pessoa humana.
Não é
hora do general chancelar
irresponsabilidade e leviandade bolsonaras.
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