sexta-feira, 26 de junho de 2015

"Cidadão Boilesen", de Chaim Litewsk

Dinamarquês e presidente do grupo Ultragas, Boilesen foi um dos agenciadores entre o empresariado paulista do financiamento da Operação Bandeirantes, um dos centros de tortura mais terríficos, montado em 69. 


Quem leu a "1964: A Conquista do Estado", de René Dreifuss, aprendeu sobre o caráter de classe do golpe de 64 e a ditadura que se lhe seguiu como indispensável ao controle político para a modernização conservadora que o país conheceu, a um só tempo, por exemplo, desenvolvendo um sistema de comunicações de ponta, reprimindo a vida política e arrochando salários.

A relação me veio a partir da declaração de Dunga. Evidente, que Dunga nada tem a ver com isso, tampouco é racista, como pareceu nas declarações de hoje de quem não sabe usar as palavras e resolveu fazer graça. Mas, o ressentimento que carrega é parte da Memória Nacional (no caso dele o futebol,a chamada 'Era Dunga") ainda não suficientemente trabalhada pela crítica da História e que cria o ambiente de esquecimento que produz, entre outros, vômitos como Lobão, Roger e Danilo Gentili.

Este documentário é excelente porque demonstra a continuidade autoritária em instituições que fazem todo o possível pra reduzir a ditadura recente a um problema de caráter.

SRN



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