domingo, 28 de junho de 2015

Uma crítica à economia do futebol e não uma economia do futebol crítica

Lazzaroni, Parreira, Zagallo, Dunga, Scolari. Todos são personagens do pequeno futebol, de um cotidiano em que, na incapacidade de se pensar mais amplo, prende-se e se esgota no que chamam de “resultado”. De fato, são todos eles mesmos “resultado”. O título de 94 é a vitória do ressentimento contra a arte sem taça de 82 e que não resiste ao exame nos termos do próprio pragmatismo. Uma campanha pífia nas eliminatórias, cuja classificação só foi obtida graças ao talento de Romário contra o Uruguai e contra a vontade de Parreira e Zagallo que não o queriam na seleção. Um ataque – Romário e Bebeto – só definido na própria copa, para uma campanha insípida, árida e que, na final, não ganhou por nenhum “mérito” avassalador, mas, nos pênaltis, exatamente como o que nos eliminou ontem. Calculem se Baggio não tivesse isolado aquele bola e Taffarel não fosse o grande goleiro que foi?

2002, o “apito amigo” (sic) quantas vezes não foi conveniente?

Evidente que o modelo do futebol brasileiro se inscreve na lógica do futebol mundial do grande negócio. E, talvez, nessa divisão do trabalho não nos caiba mais do que o que nós temos. Mas, será que os 7 x 1 - e agora essa eliminação agônica - não é a hora de se discutir toda a economia do futebol, aproveitando a crise da Fifa, pra quem sabe até tentar implodir, pelo nosso peso no mundo da bola, todas essas relações que nos deram Havelange, Marin e Vírus Anexos?

A propósito, Dunga é só um detalhe, para parafrasear o nosso cientista político balípodo, Parreira, para quem, aliás, a “CBF é o Brasil que deu certo”.

SRN




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