quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Nem a Igreja Católica Nem a Universal do Macedo

Por Máximo

Compreenderemos melhor as consequências para o futebol brasileiro da transação entre o Flamengo e Ronaldinho Gaúcho, se considerarmos a marca publicitária em que se transformaram os grandes nomes. Uma condição sem cuja análise não passaremos do animismo.

A extensão do mercado da bola é do tamanho de sua visibilidade e comunicação. E não há no Brasil nada mais evidente do que o Flamengo. Nem a Igreja Católica nem a Universal do Macedo.

Ao Flamengo, segundo a imprensa, cabem 20% da remuneração do milhão pago ao Ronaldinho. O resto é imagem, vendida no mercado pelos despachantes de hábito.

"Flamengo é Flamengo" - conforme o próprio Ronaldinho, uma maneira que a ansiedade do Gaúcho encontrou, provando que as palavras foram feitas pra dizer que o Flamengo é tudo o que se vê, o que se sabe, o que se ganha. 

Marcas como Ronaldinho exigem cidades. Evitar a roça é condição para o negócio. Como seria possível num time que acredita em certas coisas e que gosta de tomar na cuia, porque é na cuia que leva chimarrão? E o porco que levanta o focinho, mas é apenas a sineta pendurada no pescoço que lhe chama atenção?

Valores desse porte só podem ser pagos num mercado maduro acessível tão somente à grandeza do Flamengo.

Ademais, papagaios de pirata, literalmente. A Gávea ontem parecia um arraial da Ana Maria, inclusive com o Louro José, aporrinhante, verborrágico, inconveniente, excessivo, como mestre de cerimônias. 


Felizmente, o bom senso vindo justamente da estrela dessa festa junina improvisada em janeiro. Ronaldinho, cercado, falou pouco. Bastava repetir:

"Flamengo é Flamengo."

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