Por Máximo
Compreenderemos melhor as consequências para o futebol brasileiro da transação entre o Flamengo e Ronaldinho Gaúcho, se considerarmos a marca publicitária em que se transformaram os grandes nomes. Uma condição sem cuja análise não passaremos do animismo.
A extensão do mercado da bola é do tamanho de sua visibilidade e comunicação. E não há no Brasil nada mais evidente do que o Flamengo. Nem a Igreja Católica nem a Universal do Macedo.
Ao Flamengo, segundo a imprensa, cabem 20% da remuneração do milhão pago ao Ronaldinho. O resto é imagem, vendida no mercado pelos despachantes de hábito.
"Flamengo é Flamengo" - conforme o próprio Ronaldinho, uma maneira que a ansiedade do Gaúcho encontrou, provando que as palavras foram feitas pra dizer que o Flamengo é tudo o que se vê, o que se sabe, o que se ganha.
Marcas como Ronaldinho exigem cidades. Evitar a roça é condição para o negócio. Como seria possível num time que acredita em certas coisas e que gosta de tomar na cuia, porque é na cuia que leva chimarrão? E o porco que levanta o focinho, mas é apenas a sineta pendurada no pescoço que lhe chama atenção?
Valores desse porte só podem ser pagos num mercado maduro acessível tão somente à grandeza do Flamengo.
Ademais, papagaios de pirata, literalmente. A Gávea ontem parecia um arraial da Ana Maria, inclusive com o Louro José, aporrinhante, verborrágico, inconveniente, excessivo, como mestre de cerimônias.
Felizmente, o bom senso vindo justamente da estrela dessa festa junina improvisada em janeiro. Ronaldinho, cercado, falou pouco. Bastava repetir:
"Flamengo é Flamengo."
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